PRIMEIRA EM SC - 18/02/2022 09:03

Primeira usina termelétrica a gás de SC tem investimento milionário e começa a operar em 2022

Usina ficará em Gaspar e terá capacidade de abastecer cerca de 100 mil casas
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Usina (em verde) terá 58 unidades geradoras de energia(Foto: Reprodução)
Santa Catarina terá a primeira usina termelétrica a gás natural a partir deste ano, projeta a empresa responsável pela instalação. Ela ficará em Gaspar, no Vale do Itajaí, e poderá atender cerca de 100 mil casas. O investimento é do governo federal, em uma tentativa de reforçar a produção de energia e evitar apagões.
A construção da usina no bairro Belchior será realidade depois que alguns trâmites forem vencidos. Começou pelo leilão emergencial do governo para a contratação de energia reserva ao país. Entre os 17 empreendimentos selecionados em outubro do ano passado estava a Energias de Gaspar SPE, empresa da Rovema Energia. 
O valor da obra é de R$ 43 milhões.
Após vencer a disputa, a empresa passou a buscar as licenças necessárias para permitir o funcionamento da primeira usina termelétrica a gás natural do Estado. Nesta semana, o Instituto do Meio Ambiente (IMA) emitiu as autorizações ambientais prévias para a instalação dos equipamentos.
Agora, conta o consultor técnico do Grupo Rovema, Adriano Jackson Gomes, é esperar que as peças cheguem da Europa e Estados Unidos para que as operações comecem. O contrato com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é de 1º de maio deste ano a 31 de dezembro de 2025.
— Vai ser uma usina estratégica, para recuperação dos reservatórios hídricos das hidrelétricas. Como o volume [dos reservatórios] está baixo, há medo de blackout [apagão] — explica o consultor.
O aporte do governo federal nessas fontes alternativas de energia em todo o Brasil soma R$ 5,26 bilhões. A usina de Gaspar terá potência de 99,15 MW, capaz de abastecer cerca de 100 mil residências da região.
Por que a usina será instalada em Gaspar?
Adriano revela que a empresa avaliou ao menos sete locais para receber a usina. Em Gaspar, porém, encontraram a combinação que precisavam: um terreno grande (antiga plantação de arroz), em uma área industrial, com a existência de um gasoduto e em frente a uma subestação de energia, que será necessária para o escoamento da que for gerada.
Como funcionará a usina termelétrica? 
Serão 58 unidades geradoras, sendo 32 com potência contínua de 1.900 KW, 26 com 1.475 KW e mais uma reserva com 1.475 KW. Cada unidade é um motor de combustão com radiador: a água fica em um circuito fechado acoplado a um gerador. O gás entra no motor e vai à combustão, resultando em energia elétrica. Cada “cabine” tem o próprio circuito de gás, que será fornecido pela SCGás.
Ilustração da unidade de geração de energia na usina de Gaspar(Foto: Reprodução)
A companhia catarinense trará pelas redes o gás vindo de um terminal marítimo de São Francisco do Sul, que ainda está sendo implementado. A usina será a maior cliente da SCGás, necessitando de 500 mil m³ de gás por dia para funcionar.
A produção terá 100% de aproveitamento porque a operação não depende de condições externas, diferente do que ocorre na energia eólica e solar, por exemplo, que necessitam de vento e sol, respectivamente.
Por que gás natural? 
O professor do Laboratório de Engenharia de Processos de Conversão e Tecnologia de Energia de Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Júlio César Passos, explica que o gás natural é, entre as fontes fósseis, menos poluente.
— Uma vantagem é a diversificação da nossa matriz elétrica. Além disso, o gás natural é o menos agressivo dos combustíveis fósseis ao meio ambiente. Não existe energia limpa, mas sim “menos suja” — resume.
Segundo dados do Balanço Nacional de Energia de 2021, com base no ano anterior, o gás natural corresponde a 8,3% da matriz elétrica brasileira. A fonte hídrica continua sendo a principal, com 85%.
O presidente do IMA, Daniel Vinicius Netto, reforça que o gás natural tem sido fonte de energia alternativa em todo mundo.
— O empreendimento representa uma oportunidade para aumentar a oferta de energia no Estado, além de atrair novos investimentos e colaborar com o desenvolvimento da região — comentou.

Fonte: Diário Catarinense
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