Nicotiana azambujae cultivada em Santa Catarina — Foto: Luís Adriano Funez/ Arquivo pessoal
"A planta era apenas conhecida por uma única amostra datada de 1948, colhida em Brusque e já se faziam 73 anos que ninguém a tinha visto. Como já foram feitas várias buscas do tipo na localidade, se acreditava que estava extinta", explica o biólogo mestre em botânica pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e consultor em curadoria do Herbário Barbosa Rodrigues em Itajaí Luís Adriano Funez.
Segundo Funez, a planta foi "redescoberta" durante uma saída do projeto "Biodiversidade do Alto vale do Itajaí". Ela pode possuir substâncias ativas que sejam de importância médica ou industrial.
Durante o trabalho de campo, foram colhidas cinco cápsulas de diferentes plantas com aproximadamente 500 sementes, que acabaram virando mudas no Horto Florestal da Universidade para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajai (Unidavi). Na segunda visita, as plantas não foram encontradas mais na área.
"Felizmente as mudinhas cresceram muito bem e já estão até produzindo novas sementes, o que deve garantir um futuro a essa espécie", explica.
O biólogo Robson Carlos Avi, que é professor na universidade, a semeadura ocorreu no início do ano. "Conseguimos cultivar a espécie e estão em flor. O objetivo é conseguir mais sementes dessas plantas cultivadas para aumentar a produção de mudas e poder levar elas para a natureza posteriormente", comentou.
Para a reintrodução da espécie na natureza, Funez afirma que será necessário ampliar a pesquisa para melhor entender a biologia da planta.
"Também podemos pensar em curto prazo a reintrodução da espécie na natureza, uma vez que elas se mostraram muito prolíferas, o que é muito contraditório para uma espécie que ficou 73 desaparecida".
Mudas no Horto Florestal da Unidavi — Foto: Luís Adriano Funez/ Arquivo pessoal