ECONOMIA - 10/06/2022 08:33

Fome atinge duas a cada 10 famílias no Sul do Brasil

Mais de 48% dos entrevistados no Sul do Brasil enfrentam algum tipo de insegurança alimentar; 33 milhões de brasileiros passam fome
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Duas a cada 10 famílias do Sul do Brasil relataram redução parcial ou severa no consumo de alimentos. Ainda de acordo com o levantamento, 33,1 milhões de pessoas, ou seja, 15,5% da população brasileira passa fome, conforme dados apresentados pela segunda edição da pesquisa Vigisan.
Entre as residências consultadas no três estados do Sul do país, 48% enfrentam ao menos algum tipo de insegurança alimentar, conforme pesquisa realizada entre 2021 e 2022.
Antes de apresentar os dados, é importante destacar que insegurança alimentar leve é classificada quando existe a preocupação com o acesso aos alimentos no futuro próximo e já se encontra comprometimento na qualidade da alimentação.
Insegurança alimentar moderada é quando os moradores, em especial os adultos, passam a conviver com a restrição quantitativa de alimentos no período de referência. A grave significa a falta de alimentos entre todos os moradores.
Ainda assim, o Sul do Brasil é a região que apresentou a maior taxa de segurança alimentar por domicílio e ficando acima da média nacional (41,3%). Além disso, apresenta o menor percentual nos indicadores de insegurança.
Fome atinge 33 milhões de brasileiros
Ainda de acordo com o levantamento, 33,1 milhões de pessoas, ou seja, 15,5% da população brasileira enfrenta insegurança alimentar.
Conforme o portal R7, o cenário ganhou novas formas especialmente com a pandemia de Covid-19. No intervalo  de um ano, o número de brasileiros que passam fome saltou 73,3%, de 19,1 milhões para os mais de 33 milhões, segundo dados apresentados na pesquisa Vigisan.
A maior proporção das famílias com renda inferior a um salário mínimo em situação grave de insegurança alimentar, especialmente entre aqueles que recebem até 25% do salário mínimo per capta, o equivalente a R$ 303. Entre elas, 43% convivem com fome, o dobro do percentual apurado ao fim de 2020.
Além disso, o cenário também é preocupante em lares afetados pelo desemprego, assim como nas famílias que recorrem ao endividamento, venda de bens e ao corte de despesas essenciais ou não essenciais, ou ainda nas famílias que alguém teve que abandonar os estudos,
Ainda segundo a pesquisa, 14,3% dos domicílios tinham pelo menos um morador em busca de emprego, e em 8,2% dos lares a pessoa responsável pela família estava desempregada no período da entrevista.
Os pesquisadores apontaram que as evidências “revelam um preocupante agravamento da insegurança alimentar em um contingente expressivo da população brasileira, iniciado pela crise econômica e desestruturação de políticas públicas nacionais, desde 2016, e acentuado pela pandemia de Covid-19, que continuava a se propagar”.
Vale ressaltar que o Brasil já foi referência internacional no combate à fome. Assim como apresenta os pesquisadores, entre 2004 e 2013, políticas públicas de erradicação da pobreza e da miséria reduziram a fome para menos da metade do índice inicial: de 9,5% para 4,2% das casas brasileiras.
Além deste cenário, o estudo cita que a crise sanitária da Covid-19 agravou a situação de insegurança alimentar como, por exemplo, dificuldades de recomposição das rendas do trabalho em emprego forma ou informal, da retomada de negócios e das atividades produtivas, em particular no meio rural.
O estudo cita ainda a persistência de “opções governamentais negligentes, pautadas pelo falso dilema entre economia e saúde”, como um dos agravantes para a evolução da fome no Brasil ao longo do último ano.
O agravamento da situação é também assolador quanto às famílias afetadas pela combinação de falta de alimentos e insegurança hídrica, sem elementos mais vitais da existência humana. Segundo o estudo, 42% dos lares que enfrentam a situação estão também sujeitos à fome.
A pesquisa, intitulada Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, foi coordenada pela Rede Penssan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutriciona) e executada pelo Instituto Vox Populi.

Fonte: ND+ com R7
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