CLIMA - 07/09/2022 23:16

ONU alerta para 3º ano seguido com presença de La Niña; veja como fenômeno pode afetar SC

Fenômeno climático caracterizado pelo resfriamento das águas superficiais traz efeito para todas as regiões do planeta
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Área circulada em vermelho aponta águas resfriadas por conta do La Niña – Foto: Inmet/Reprodução/

A ONU (Organização Meteorológica Mundial) alertou, na última quinta-feira (1º), que o fenômeno climático La Niña poderá ocorrer pelo terceiro ano consecutivo em 2022 e que deve atingir o Sul da América do Sul.

De acordo com as previsões, o fenômeno deve durar até o fim deste ano. Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), o impacto pode ser observado em padrões climáticos como seca e inundações em todo o mundo.

As condições envolvem o resfriamento em larga escala das temperaturas da superfície do oceano, que se fortaleceram no Pacífico equatorial leste e central. O aumento nos ventos alísios nas últimas semanas propiciou a situação.

Com um resfriamento natural e cíclico de áreas do Pacífico equatorial, o La Niña muda os padrões climáticos em todo o mundo. O evento está geralmente associado a condições mais úmidas em algumas partes do mundo e mais secas em outras.

O fenômeno oposto e mais conhecido é o El Niño, que está associado ao aquecimento em algumas partes do mundo.

O diretor-geral da OMM, Petteri Taalas, disse que o resfriamento causado pelo La Niña não significa que o aquecimento global está diminuindo. Ele explicou que essa influência desacelera temporariamente a subida das temperaturas globais, mas não interromperá ou reverterá essa tendência em longo prazo.

Ele aponta ainda que as marcas do fenômenos são observadas na seca em curso no “Chifre da África e no sul da América do Sul”. Pela nova atualização, são confirmadas as projeções climáticas regionais de que “a seca no Chifre da África piorará e afetará milhões de pessoas”

A situação pode piorar a quinta temporada consecutiva de chuvas trazendo a possibilidade de “uma catástrofe humanitária sem precedentes”.

Várias agências da ONU alertaram sobre a situação causada pela pior seca em 40 anos em países como Etiópia, Quênia e Somália. O efeito de resfriamento também não impediu que 2021 fosse um dos sete anos mais quentes já registrados.

Atuação em SC e no restante do Brasil

O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) apontou, no fim de agosto, que o impacto do La Niña é observado no Brasil, principalmente, a partir do aumento do volume de chuva nas regiões Norte e Nordeste e, também, volume abaixo da média na Região Sul. Além disso, o fenômeno provoca uma ligeira queda de temperaturas no Sul e Sudeste.

“Nos próximos meses, na parte mais sul do Brasil, há uma tendência de irregularidade nas chuvas, ou seja, chove de maneira mais concentrada em poucos dias”, explica o mestre e doutor em Climatologia e meteorologista do Inmet, Mozar de Araújo Salvador.

Além disso, o Epagri/Ciram também apontou que a primavera de 2022 contará com a atuação do fenômeno. Como resultado, Santa Catarina contará com o aumento de eventos extremos com chuva forte e totais elevados, mas em um curto intervalo de tempo. Assim como temporais com raios, granizo e ventania.

“O La Niña atua até o fim do ano. Setembro será marcado por período chuvoso, tempestades e alternância entre frio e calor, ou seja, dias de frio e geada e em outros com calor precoce. A primeira quinzena de novembro também será chuvosa, mas a segunda em período mais seco. Dezembro terá pancadas de chuva e o fenômeno vai perdendo força no início de 2023”, reforça o meteorologista Piter Scheuer.

Hemisfério Norte

Já para o Hemisfério Norte, a OMM disse que, apesar da realidade do La Niña no Pacífico equatorial central e oriental, prevê-se que um cenário mais quente do que a medida da superfície do mar domine a previsão das temperaturas para setembro e novembro.

O comunicado destaca que a situação contribuirá para temperaturas acima do normal em áreas do Planeta, incluindo grande parte do Hemisfério Norte.

Sob os efeitos do fenômeno, os furacões no Atlântico são mais frequentes. O fenômeno reduz a queda de chuva e aumenta os incêndios florestais no oeste e as perdas agrícolas no centro do território norte-americano. Nos Estados Unidos, os danos do La Niña são mais caros que os do El Niño.

O que é o La Niña

O fenômeno climático caracterizado pelo resfriamento das águas superficiais das partes central e leste do Pacífico Equatorial, que provoca mudanças na circulação atmosférica tropical, impactando nas temperaturas e no volume de chuva em todo o mundo.

Fonte: ND+
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