Cresce o número de pedidos do seguro em 2022 | Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
Depois de recuar 10,25% no ano de 2021, a quantidade de seguros-desemprego solicitados ao governo brasileiro disparou 9,9% no ano passado, com 6,689 milhões de requerimentos, de acordo com dados apresentados pelo Ministério do Trabalho. Ao longo de todo o ano passado, o governo repassou 23,978 milhões de parcelas do benefício destinado aos trabalhadores que perdem o emprego, totalizando desembolsos de R$ 35,969 bilhões. O montante distribuído é 16,5% superior ao repassado em 2021: R$ 30,872 bilhões.
Na comparação mensal, o número de requisições do seguro-desemprego foi maior em todos os períodos do ano passado, ante 2021. A maior discrepância, de 17,9%, equivalente a 88.204 requisições, foi registrada nos meses de agosto. Em abril, por sua vez, a diferença foi de apenas 0,34% (1.916 pedidos).
O seguro-desemprego é um benefício garantido pelo art. 7º dos Direitos Sociais da Constituição Federal e tem por finalidade garantir assistência financeira temporária aos trabalhadores demitidos involuntariamente, sem justa-causa. Chama atenção o fato de que a evolução da quantidade de solicitações do seguro-desemprego ocorre mesmo diante da redução do número de desempregados no Brasil, segundo número do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Entre janeiro e novembro, o percentual de desocupados caiu de 11,2% para 8,1%, o que representa 3,3 milhões de pessoas a menos na busca por uma nova colocação profissional. A taxa mais recente é a menor desde abril de 2015.
Faixa de renda
Na análise por faixa de renda, mais da metade (54,4%) dos que solicitaram o seguro-desemprego ao longo do ano passado recebiam salário até um salário mínimo e meio, o equivalente a R$ 1.818 com base no piso do período. Há ainda 1,5 milhão de trabalhadores (22,34%) que fizeram a requisição e faturavam mensalmente entre um salário mínimo e meio e dois mínimos. Outros 989.650 (14,79%) tinham remuneração equivalente a até três salários mínimos.
Conforme a evolução da faixa de renda, menores foram os pedidos. Aqueles remunerados com até quatro pisos fizeram 290 mil solicitações (4,34%), os que recebem até cinco mínimos registraram 114 mil requerimentos (1,71%) e a soma entre os que recebem mais de cinco remunerações mínimas equivale a 2,5% dos requerimentos.