O Ministério Público Estadual em Palmeira das Missões denunciou, nesta quarta-feira, 10 pessoas pelo assassinato do prefeito de Lajeado do Bugre, Roberto Maciel Santos, e pela tentativa de assassinato do vice-prefeito, Ronaldo Machado da Silva, e do assessor Marcelo de Campos Wolff. A denúncia cita os crimes de homicídio consumado e tentado – cometido por motivo torpe, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima e para assegurar a execução e vantagem de outro crime – e o de extorsão.
A Polícia Civil confirmou que eles fazem parte de uma facção que atua no Norte gaúcho. O homicídio ocorreu em 24 de novembro, no fim da manhã, na Prefeitura de Lajeado do Bugre – município de cerca de 2,6 mil habitantes. Conforme o MP, um dos denunciados entrou no prédio, atirou contra o prefeito, que morreu na hora; tentou matar o vice-prefeito, que escapou, e feriu a tiros o assessor, que sobreviveu.
Outros quatro denunciados auxiliaram diretamente na execução do crime, conforme o MP. Dois foram responsáveis por repassar informações ao executor e fornecer transporte e segurança para a execução do delito e a fuga do local; um providenciou o veículo usado no crime e outro forneceu dinheiro para custear o assassinato. Os outros cinco foram denunciados pelo planejamento e coordenação da execução dos crimes, fornecendo auxílio moral, material e financeiro, além da transmissão de ordens e instrução da ação e fuga.
De acordo com a delegada Aline Dequi Palma, que investigou o caso, o crime teve motivação política. Os suspeitos, revelou ela, decidiram matar o prefeito por discordar de medidas adotadas pela administração municipal. Cinco dos denunciados também podem responder pelo crime de extorsão. Eles foram acusados de constranger, mediante grave ameaça, a esposa e a filha do prefeito, com o objetivo de obter vantagem econômica. Na data do crime e no seguinte, conforme o MP, eles enviaram mensagens de texto exigindo R$ 50 mil para deixar as duas “em paz”, e mandaram ameaças em vídeo.
Dos 10 denunciados, nove seguem presos preventivamente e um permanece foragido. O MP ainda requereu a fixação de um valor mínimo de R$ 50 mil como reparação de danos para cada uma das vítimas e familiares.