Desde que o Universidade Gratuita saiu do papel e se tornou um programa do Governo de Santa Catarina, o governador Jorginho Mello vinha adotando uma postura neutra ao ser questionado sobre possíveis falhas ou a necessidade de ajustes no Programa. Na última semana, essa postura mudou.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, Jorginho subiu o tom e fez críticas diretas ao TCE-SC (Tribunal de Contas do Estado), que emitiu um relatório apontando suspeitas de irregularidades no acesso ao Programa.
Segundo o governador, o relatório inicial indicava que quase 20 mil estudantes teriam recebido o benefício de forma indevida, número que, após apuração da Polícia Civil, caiu para 130 casos sob investigação. “Ou seja, 0,5% do total de inscritos. Claro que é grave, mas 130 é bem diferente de 18 mil”, disse.
No vídeo, além de questionar os números do TCE, Jorginho disse que “políticos oportunistas não perderam tempo” (de criticar o programa), mas que o Universidade Gratuita ‘vai continuar”.
“Infelizmente, políticos oportunistas não perderam tempo. Jogaram todo mundo no mesmo balaio. Isso é uma covardia”, afirmou. “Se coloque no lugar de um pai ou de uma mãe ao ver seu filho sendo acusado injustamente. Quem vai pedir desculpas pra eles?”
Jorginho também rebateu a politização em torno do tema e reforçou que o Universidade Gratuita seguirá ativo. ‘Fraudadores existem, infelizmente. Por isso, aumentamos a fiscalização e criamos regras ainda mais rígidas. Quem cometeu crime será punido. Mas a Universidade Gratuita vai continuar, sim. Porque é um programa bonito, sério e que dá oportunidade a quem nunca teve’.
O governador se mostrou incomodado com o fato de que a repercussão dos dados preliminares gerou desconfiança sobre um programa que hoje conta com 53 mil estudantes matriculados. Ele lembrou que o Universidade Gratuita é o maior programa de bolsas do país e resultado de um esforço coletivo, que incluiu a atual secretária de Estado da Educação, Luciane Ceretta, e dos parlamentares catarinenses que contribuíram com emendas e ajustes no projeto original.
Criado em 2022, o Universidade Gratuita foi a principal promessa de campanha de Jorginho Mello. Após sua eleição, o projeto foi transformado em Lei e implementado em parceria com instituições de ensino superior comunitárias.
A seguir, veja o que ele disse no vídeo publicado em suas redes sociais:
‘O assunto é o Universidade Gratuita, o maior programa de bolsa de estudo do Brasil. E como é que funciona pra ganhar uma bolsa? O aluno tem que assinar um documento oficial declarando que não tem condições de pagar a faculdade. Mas tem que provar que isso é verdade. Tem que apresentar comprovante de renda e de patrimônio, dele e da família.
Acontece que o relatório do TCE apontou inconsistências nas declarações de 18 mil alunos. Imediatamente, mandei a Polícia Civil investigar. E o que a Polícia descobriu? Que não são 18 mil. São 130 alunos suspeitos de esconder patrimônio. Ou seja, 0,5% do total de inscritos. Claro que é grave, mas 130 casos é bem diferente de 18 mil.
Infelizmente, políticos oportunistas não perderam tempo. Julgaram e condenaram todo o programa Universidade Gratuita. Jogaram todo mundo no mesmo balaio. Isso é uma covardia. Se coloque no lugar de um pai ou de uma mãe ao ver seu filho sendo acusado injustamente. Quem vai pedir desculpas pra eles?
Fraudadores existem, infelizmente. Por isso, pra apertar o cerco contra eles, aumentamos a fiscalização e criamos regras ainda mais rígidas. Quem cometeu crime será punido. A Universidade Gratuita vai continuar, sim. Porque é um programa bonito, sério e que dá oportunidade a quem nunca teve. Esses 0,5% de sem-vergonhas não vão manchar o maior programa de acesso à universidade do Brasil’.
