O senador Marcos do Val (Podemos-ES) prestou depoimento nesta quinta-feira (2) sobre um suposto plano de golpe de Estado que envolvia gravar conversas com o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, que também é presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O senador chegou ao local às 16h30, em um carro oficial do Senado.
A determinação de ouvi-lo partiu do próprio Moraes. O magistrado deu cinco dias para a Polícia Federal colher o depoimento — que acabou sendo feito no mesmo dia.
Marcos do Val afirmou a jornalistas nesta quinta-feira que o pedido para tentar gravar uma conversa com Moraes partiu do ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), em uma reunião em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava presente. Em transmissão pelas redes sociais, o parlamentar chegou a falar em “coação” por parte do ex-presidente na tentativa de aliciá-lo como “infiltrado” para tentar derrubar Moraes.
Posteriormente, do Val minimizou a participação de Bolsonaro na suposta tentativa de golpe de Estado, mas disse que o ex-presidente não tentou impedir o plano. Ele também recuou da possibilidade de renunciar ao mandato de senador.Do Val disse ter documentos que provariam a prevaricação de agentes públicos na invasão e depredação do Palácio do Planalto, do Congresso e da sede do STF em 8 de janeiro, em Brasília, por extremistas que não aceitavam o resultado da eleição presidencial. O senador apresentou uma proposta de abertura de comissão parlamentar de inquérito (CPI) para apurar os episódios. Segundo ele, as provas só poderiam ser reveladas na investigação.