NOVA ORIENTAÇÃO - 08/02/2023 19:10 (atualizado em 08/02/2023 19:39)

Ministério da Saúde passa a recomendar reforço para crianças de três e quatro anos vacinadas com CoronaVac

Terceira dose deve ser feita preferencialmente com o imunizante da Pfizer, quatro meses após a última aplicação
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Crianças de três e quatro anos que receberam a vacina CoronaVac no esquema primário deverão receber uma dose de reforço contra o coronavírus, conforme nova orientação do Ministério da Saúde. A recomendação consta em uma nota técnica assinada em 23 de janeiro deste ano. Em Porto Alegre, a oferta da terceira aplicação iniciou na terça-feira (7), em cinco unidades de saúde.  

De acordo com o documento, a dose de reforço para este público deve ser feita preferencialmente com o imunizante pediátrico da Pfizer (frasco com tampa vinho). Caso a vacina não esteja disponível, poderá ser utilizada a CoronaVac. O intervalo mínimo é de quatro meses após a segunda aplicação do esquema primário. Entre a primeira e a segunda dose de CoronaVac, é necessário um intervalo de quatro semanas.  

O texto destaca que o esquema primário deve ser realizado com o mesmo imunizante, entretanto, se a vacina estiver indisponível para completá-lo, outra recomendada para a idade poderá ser utilizada (confira os esquemas vacinais possíveis abaixo). Para crianças de três e quatro anos que receberam o imunizante da Pfizer na primeira dose, a orientação é completar o esquema de três doses com a mesma vacina. O intervalo entre a primeira e a segunda é de quatro semanas e, entre a segunda e a terceira, de oito semanas.

A nota técnica explica que a dose de reforço se faz necessária “devido à redução da resposta imune às vacinas e à circulação de novas variantes em um cenário onde ainda não atingimos coberturas vacinais ótimas para o público infantil”. 

A decisão leva em conta a eficácia e a segurança demonstradas por outros países na aplicação da terceira dose em crianças de cinco a 11 anos, bem como as evidências que apontam redução da resposta imunológica do esquema de duas injeções para a variante Ômicron neste público.

Esquemas vacinais possíveis, conforme a nota técnica

Dose 1 CoronaVac + Dose 2 CoronaVac – Dose de reforço quatro meses após a Dose 2, preferencialmente com vacina da Pfizer (no caso de indisponibilidade, pode-se utilizar a CoronaVac)

Dose 1 CoronaVac + Dose 2 Pfizer – Dose de reforço quatro meses após a Dose 2, com vacina da Pfizer

Dose 1 Pfizer + Dose 2 CoronaVac – Dose de reforço quatro meses após a Dose 2, com vacina CoronaVac

O que dizem os especialistas

João Paulo de Lucena Capelari, médico pediatra do Controle de Infecção e Infectologia Pediátrica da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, considera adequada a orientação da nota técnica, já que estudos mostram que há queda dos anticorpos produzidos pelas vacinas aplicadas no esquema primário com o tempo.  

— Por isso, em alguns casos, a dose de reforço é indicada para fazer o que chamamos de booster vacinal, que é aumentar os anticorpos circulantes no organismo de quem recebe a aplicação. Isso é para que se tenha uma chance menor de se infectar pelo microrganismo que se está tentando combater, que neste caso é o coronavírus — explica.  

O especialista também ressalta que as vacinas são extremamente seguras e que não há nenhuma contraindicação do ponto de vista médico para a aplicação do reforço, desde que seja recomendado pelo Ministério da Saúde. Além disso, aponta que isso é feito com diversos outros imunizantes do calendário vacinal infantil.

O chefe do Serviço de Infectologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) Eduardo Sprinz também destaca a segurança das vacinas e concorda que especialmente a CoronaVac tem um tempo de proteção limitado, por isso, acredita que o reforço faça sentido. No entanto, comenta que ainda não há estudos suficientes que demonstrem o claro benefício da vacinação em crianças de três e quatro anos saudáveis.  

— Sabemos que as vacinas são superbem toleradas e sem eventos adversos importantes, mas não temos ainda claramente definido o benefício delas nessa população de crianças pequenas que não possuem comorbidades. Mas sabemos que, em adolescentes e jovens adultos, a duração da proteção da CoronaVac é limitada, como também sabemos que é segura e que pode aumentar transitoriamente a produção de anticorpos — pondera Sprinz.

Capelari afirma que realmente ainda faltam estudos da CoronaVac, quando comparado com outras plataformas vacinais, como a Pfizer. Ele aponta que, embora haja menor incidência da covid-19 na comparação com adultos, a doença é preocupante para a população pediátrica. 

— Quando comparamos o coronavírus com outros vírus na população pediátrica, vemos que é sim um vírus de alta preocupação, que causou e ainda causa bastante internação quando se compara com outros vírus, inclusive com mortalidade elevada e bastante consequências pós-infecção. Então, sempre que pensarmos em uma vacinação que impeça infecção ou diminua uma infecção sintomática, internação, mortalidade e complicações a longo prazo, será benéfico vacinar a população pediátrica.  

Em relação à intercambialidade de vacinas, já que a indicação é que o reforço seja feito com vacina da Pfizer, o especialista da Santa Casa aponta que, até o momento, não há estudos com crianças na faixa etária de até cinco anos. Entretanto, Capelari lembra que isso já é realizado em todos os outros públicos sem nenhum problema.  

— Até o momento, todas as vacinas que estão sendo utilizadas nas crianças foram amplamente testadas, passaram por todas as fases necessárias para ter segurança de aplicação em termos populacionais e não temos nenhuma contraindicação. Então, isso não seria um problema. Se há recomendação formal do Ministério de fazer reforço com uma vacina de outra tecnologia, não terá prejuízo nenhum para a criança que irá receber, assim como para os adultos — finaliza. 

Fonte: Gaúcha ZH
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