No último trimestre de 2022, pela primeira vez desde quando o IBGE iniciou em 2012 a série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad Contínua Trimestral), Santa Catarina não registrou a menor taxa de desemprego do Brasil. O Estado fechou com média de 3,2%, sendo superado por Rondônia, que registrou 3,1%. Foi com a força da agropecuária que o estado do Norte superou, na estatística, a quase imbatível Santa Catarina, conhecida como “terra do emprego”.
Esse segundo lugar não chega a afetar o prestígio da dinâmica e diversificada economia catarinense, que no ano passado criou 90.355 novas vagas formais, segundo o Caged, do Ministério do Trabalho. No mesmo período, a economia rondoniense teve saldo positivo 15.741 novos empregos formais.
Fazendo divisa com Mato Grosso, Amazonas, Acre e Bolívia, Rondônia tem registrado crescimento econômico acelerado. Os destaques são tanto na pecuária, onde até empresas catarinenses investiram em fazendas, quanto na produção de grãos para exportação.O forte desempenho do agro no Brasil já ameaçava a liderança de SC na taxa de desemprego. No terceiro trimestre do ano passado, o Estado ficou empatado com Mato Grosso com 3,8% de desocupação enquanto Rondônia teve 3,9%.
Apesar dessa coincidência de pleno emprego – quando a taxa de desocupação fica igual ou inferior a 6% - as economias catarinense e desses celeiros agrícolas têm muitas diferenças.Santa Catarina têm crescimento e estabilidade na oferta de emprego por ter economia diversificada e competitiva nos setores primário, secundário e terciário. Conta com agronegócio diversificado e exportador, o maior número de setores industriais entre os estados do país e uma robusta estrutura de serviços logísticos e serviços em geral, além dos setores de tecnologia e turismo fortes.
Com esse perfil econômico que dá mais estabilidade, a expectativa é de que SC volte a liderar o ranking de Estado com menor desemprego. Os estados agrícolas têm mais oscilações nas ofertas de vagas porque muitas são temporárias devido aos ciclos produtivos. Contudo, os setores público e privado catarinenses precisam investir constantemente em conhecimento, formação qualificada de pessoas, tecnologia e inovação para que a economia siga competitiva nos mercados interno e externo, mantendo pleno emprego e, por que não, voltar a ter o menor desemprego do país.