O resultado das transações correntes ficou negativo em fevereiro, em US$ 2,815 bilhões, informou ontem o Banco Central. Este é o melhor desempenho para o mês desde 2017, quando o saldo ficou negativo em US$ 539,2 milhões.
Um dos principais do setor externo do País, o resultado é formado pela balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), pelos serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e pelas rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior).
O número da conta corrente em fevereiro ficou dentro do levantamento realizado pelo Estadão/Broadcast, que tinha intervalo de déficit de US$ 7,900 bilhões a US$ 2,000 bilhões (mediana negativa em US$ 5,000 bilhões).
Pela metodologia do Banco Central, a balança comercial registrou saldo positivo de US$ 2,509 bilhões em fevereiro, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 2,029 bilhões. A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 3,435 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou negativo em US$ 3,249 bilhões.
No acumulado do ano até fevereiro, o rombo nas contas externas soma US$ 11,897 bilhões. A estimativa atual do BC é de déficit na conta corrente de US$ 49 bilhões em 2023. A projeção foi feita no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro e será atualizada no documento desta semana.
Nos 12 meses até fevereiro deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 54,414 bilhões, o que representa 2,78% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse é o menor déficit em proporção do PIB desde abril passado, quando ficou em 2,56%.
Os Investimentos Diretos no País (IDP) somaram US$ 6,451 bilhões em fevereiro. No mesmo período do ano passado, o valor havia sido de US$ 10,793 bilhões.