O Coren-SC (Conselho Regional de Enfermagem de Santa Catarina) abriu processo para investigar o caso de estupro de uma paciente no Hospital e Maternidade Tereza Ramos, em Lages, em que um técnico de enfermagem é suspeito.
Segundo o Coren, casos graves de violência sexual podem gerar penas de multa, suspensão e até mesmo cassação do registro profissional. No caso da cassação, é necessário a aprovação do Conselho Federal de Enfermagem.
A SES/SC (Secretaria do Estado da Saúde de Santa Catarina), afirmou que o profissional já foi foi afastado e exonerado do posto no hospital de Lages.
O crime
De acordo com o relato da vítima, a violência ocorreu na madrugada da última quinta-feira (23) no Hospital e Maternidade Tereza Ramos, no centro de Lages. Ela conta que foi sedada pelo profissional, mas estava consciente das violações.
Em entrevista à Rádio Clube Lages, a mulher relata que o homem perguntou sobre suas genitais, coisas que as “enfermeiras nunca tinham perguntado”.
De acordo com a vítima, ela estava de camisola e se sentiu desconfortável diante dos olhares do homem. Por estar internada, tomou seu último remédio para dormir, que era de praxe todos os dias. No entanto, o homem disse à ela que ‘vai ter outro remedinho’. Então, ela perguntou o que seria e ele apenas disse para ela ficar calma que haveria um exame no dia seguinte.
Segundo a paciente, depois que ingeriu a nova medicação, ela ficou sedada. A mulher conta que então percebeu as movimentações e toques que o profissional realizou em seu corpo, inclusive a machucando.
“Depois disso não me lembro mais, a única coisa que me lembro, é que eu estava sob o efeito do remédio, mas consciente de tudo que ele estava fazendo comigo. O meu subconsciente acordou com ele me puxando para fora da cama, o meu bumbum, e cometendo aqueles atos, passando a mão, passando outras coisas, inclusive, colocando os dedos. E eu sob o efeito do remédio sem poder gritar, nem fazer nada, sentindo tudo. Ele estava me machucando”, disse.
Polícia aguarda exame de DNA
A investigação aguarda o resultado do Exame de DNA feito pela vítima, informou nesta segunda-feira (27) a Dpcami (Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso da Capital) da cidade serrana.
Segundo a delegada Luciana Rodermel, titular da Dpcami, o profissional responde o inquérito policial em liberdade uma vez que não houve prisão em flagrante – quando o suspeito é preso durante a prática do crime. A denúncia foi realizada pela vítima após os fatos.
O inquérito policial que apura as circunstâncias do crime deve durar 30 dias. No entanto, é possível que o prazo seja estendido para a conclusão dos exames laboratoriais. “As coletas foram realizadas e encaminhadas para a Polícia Científica. Agora aguardamos os resultados”, destaca Rodermel.
Ainda segundo a delegada, há outras frentes de investigação em andamento. Os trabalhos são realizados em sigilo.
A Secretaria Municipal de Políticas para a Mulher se colocou à disposição para atender a vítima. O técnico foi demitido do hospital e exonerado, de acordo com a SES (Secretaria de Saúde de Santa Catarina), administradora do hospital.