SEGURANÇA - 04/04/2023 16:49 (atualizado em 04/04/2023 17:01)

Delegacia para mulher com atendimento 24 horas em SC emperra na falta de efetivo

Lei sancionada pelo governo federal prevê que estabelecimentos atendam de forma initerrupta todo os dias da semana
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Foto: Arquivo / WH3

A implantação de delegacias com atendimento 24 horas para mulheres vítimas de violência em Santa Catarina não tem prazo para iniciar. A medida está prevista em uma lei que foi sancionada nesta terça-feira (4) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Porém, segundo o governo estadual, a falta de efetivo é um dos empecilhos para a colocação em prática da proposta, que é estudada pela Polícia Civil. 

Conforme a lei, as delegacias especializadas no atendimento à mulher devem funcionar de forma ininterrupta por 24 horas, incluindo finais de semana e feriados. O texto determina, ainda, que as vítimas sejam acolhidas, preferencialmente, por policiais mulheres e em uma sala reservada da delegacia. 

Já nas unidades onde não há delegacia especializada, o espaço deve priorizar o atendimento da mulher, vítima de violência, por agente feminina especializada. 

Em Santa Catarina, não há delegacias apenas voltadas ao atendimento de mulheres. Os casos, que envolvem agressões, são enviados às Delegacias de Proteção à Criança, à Mulher, ao Idoso e o Adolescente (DPCAMI). Ao todo, são 32 unidades e 10 salas lilás para o atendimento. 

Conforme a delegada Patrícia Zimmermann, que coordena as delegacias, a polícia tem buscado alternativas, porém esbarra na falta de efetivo para o atendimento 24 horas. Atualmente, 3.444 policiais civis atuam nos 295 municípios catarinenses entre agentes, escrivães, psicólogos e delegados. O número ideal, no entanto, não foi divulgado.

Para isso, outras alternativas têm sido implantadas, como a delegacia virtual para atendimento e a sala lilás nas Centrais de Plantão Policial.

— A Polícia Civil de Santa Catarina já atende as mulheres 24 horas por dia através da delegacia virtual, que atende a mulher do local de onde a mulher se encontre, seja sua casa ou outro local, onde a mulher pode fazer seu boletim de ocorrência e pedir uma medida protetiva de urgência. A impossibilidade de abertura das DPCAMIs 24 horas por dia se dá pela carência de efetivo. Não há como, com o atual efetivo, como mantermos todas as DPCAMIs abertas e este fato precisa ser enfrentado. Para efetivação desta lei com a abertura das especializadas precisaríamos de novo concurso com incremento de pessoal — explica.

Por conta disso, a Polícia Civil tem estudado maneiras para verificar o que é necessário para a implementação da lei. A delegada pontua, ainda, que 80% dos atendimentos de casos de violência doméstica são feitos por meio dos boletins de ocorrência.

— Lembrando que a investigação dos crimes de feminicídio é complexa e especializada porque envolve o olhar de gênero na apuração do fato e a autoria não vem apontada inicialmente. O volume de atendimento é muito alto, mas para termos as DPCAMIS abertas 24h por dia precisamos do aumento de efetivo — reforça a delegada.

Delegacias especializadas foi promessa de campanha

Durante a campanha, o governador Jorginho Mello (PL) chegou a prometer a reinstalação das delegacias especializadas em proteção à mulher. Porém, no Plano de Ajuste Fiscal (Pafisc), elaborado pela Secretaria da Fazenda, não há previsão de novos concursos públicos para este ano.

Entre os editais suspensos há o da Polícia Civil, que previa 99 vagas para psicólogos e delegados. Ele ocorreria em julho deste ano. A Casa Civil foi questionada se há previsão da criação de novas delegacias, mas não teve retorno até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.
Fonte: NSC
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