VIOLÊNCIA - 05/04/2023 22:45 (atualizado em 06/04/2023 07:44)

Ataque em creche de Blumenau é o 12º em intervalo de 1 ano no Brasi

Brasil teve 23 atentados em duas décadas; mais da metade dos casos ocorreram a partir de 2022, mostra estudo
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A chacina que matou quatro crianças e deixou outras feridas nesta quarta-feira (5) na creche Cantinho Bom Pastor, no Bairro Velha, em Blumenau, foi o 23º ataque a escolas ou creches no Brasil desde 2002.

Mais da metade destes crimes – 12 dos 23 atentados – foi registrada a partir do ano passado.

Os dados constam no relatório “Extremismo violento em ambiente escolar”, publicado em março pela professora Michele Prado, do “Monitor do Debate Político No Meio Digital” do grupo de Políticas Públicas para o Acesso à Informação da USP (Universidade de São Paulo).

A tragédia em Blumenau foi provocada por um homem de 25 anos. Ele pulou o muro da instituição e atacou as vítimas com uma machadinha. Depois, se entregou à polícia.

Três meninos e uma menina com idades entre 4 e 7 anos morreram.

A Polícia Civil investiga a motivação do crime. O delegado-geral de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, negou que o crime tenha relação com jogos ou disputas online – a ação teria sido cometida de forma isolada, afirmou o investigador.
Dois casos em SC e criminosos jovens

Conforme o relatório nacinal, há dois casos registrados em Santa Catarina desde 2021: além de Blumenau há a tragédia em Saudades, no Oeste do Estado, ocorrida em maio maio de 2021. Na ocasião, um jovem de 18 anos utilizou uma adaga para matar três crianças, uma professora e uma funcionária. Ele irá a júri popular em agosto.

São Paulo é o Estado que mais registrou ataques nos últimos 23 anos: foram sete casos e 22 vítimas fatais, destaca o estudo. Depois vêm Bahia (três casos e três mortes), Rio de Janeiro (dois ataques e 12 vítimas) e Espírito Santo (dois casos e dois mortos). Paraíba, Goiás, Minas Gerais e Paraná também registraram atentados.

Os criminosos têm idades entre 13 e 25 anos – a maioria jovens com menos de 18 anos. Em 12 casos foram utilizados armas de fogo, e 11 usaram armas brancas. Há ainda sete ataques com uso de bombas ou coquetel molotov.

Somente nos últimos 13 meses, os moradores de São Paulo acompanharam cinco ataques a escolas – em Caraguatatuba, Ipaussu, Montemor e recentemente na escola estadual Thomazia Montoro, na Capital.

Há casos registrados também em Saquarema (RJ), Vitória (ES), Barreira (BA), Morro do Capéu (BA), Sobral (CE) e Aracruz (ES) – este último com quatro mortos e 12 feridos.

“Aceleração do crime”

Para Prado, autora do relatório, a aceleração deste tipo de crime está relacionada na maior parte dos casos com as comunidades online, onde cultua-se a “violência extrema, além da misoginia, racismo, antissemitismo e uma vasta constelação de queixas e supremacismos”.

Exemplo disso seria o massacre da escola Suzano, no qual sete pessoas foram assassinadas. Os alunos que cometeram o crime e se suicidaram participavam em fóruns da internet com discursos de ódio.

No ataque mais recente, registrado no último dia 27 em São Paulo, o agressor noticiou o crime nas redes sociais.

“É possível notar também a fetichização de doenças mentais (“schizopostings”), o incentivo à automutilação e ao suicídio, e a violência extrema contra animais. Importante ressaltar, porém, que apenas uma minoria dentre esses indivíduos radicalizadores chegarão ao extremo de praticar de fato uma ação violenta”, destaca a pesquisadora.

O Grupo WH Comunicações não irá publicar os nomes do autor e das vítimas do ataque, assim como imagens explícitas do crime. A decisão editorial foi feita em respeito às famílias e ao ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), também para não compactuar com o protagonismo de criminosos.


Fonte: ND+
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