A chacina que matou quatro crianças e deixou outras feridas nesta quarta-feira (5) na creche Cantinho Bom Pastor, no Bairro Velha, em Blumenau, foi o 23º ataque a escolas ou creches no Brasil desde 2002.
Mais da metade destes crimes – 12 dos 23 atentados – foi registrada a partir do ano passado.
Os dados constam no relatório “Extremismo violento em ambiente escolar”, publicado em março pela professora Michele Prado, do “Monitor do Debate Político No Meio Digital” do grupo de Políticas Públicas para o Acesso à Informação da USP (Universidade de São Paulo).
Três meninos e uma menina com idades entre 4 e 7 anos morreram.
Conforme o relatório nacinal, há dois casos registrados em Santa Catarina desde 2021: além de Blumenau há a tragédia em Saudades, no Oeste do Estado, ocorrida em maio maio de 2021. Na ocasião, um jovem de 18 anos utilizou uma adaga para matar três crianças, uma professora e uma funcionária. Ele irá a júri popular em agosto.
Os criminosos têm idades entre 13 e 25 anos – a maioria jovens com menos de 18 anos. Em 12 casos foram utilizados armas de fogo, e 11 usaram armas brancas. Há ainda sete ataques com uso de bombas ou coquetel molotov.
Há casos registrados também em Saquarema (RJ), Vitória (ES), Barreira (BA), Morro do Capéu (BA), Sobral (CE) e Aracruz (ES) – este último com quatro mortos e 12 feridos.
“Aceleração do crime”
No ataque mais recente, registrado no último dia 27 em São Paulo, o agressor noticiou o crime nas redes sociais.
“É possível notar também a fetichização de doenças mentais (“schizopostings”), o incentivo à automutilação e ao suicídio, e a violência extrema contra animais. Importante ressaltar, porém, que apenas uma minoria dentre esses indivíduos radicalizadores chegarão ao extremo de praticar de fato uma ação violenta”, destaca a pesquisadora.