O volume de saques da caderneta de poupança superou o de depósitos em R$ 51,2 bilhões no primeiro trimestre de 2023. O valor, 26,9% superior ao resultado apurado nos três primeiros meses do ano passado (-R$ 40,4 bilhões), é o maior da série histórica, iniciada em 1995, para o período.
Os dados divulgados nesta quinta-feira (6) pelo BC (Banco Central) mostram que o resultado negativo da aplicação preferida dos brasileiros nos primeiros três meses do ano ocorreu com a retirada de R$ 959,6 bilhões da caderneta e o ingresso de R$ 908 bilhões na poupança.
Somente no mês de março, o volume líquido de retirada das cadernetas superou os R$ 6 bilhões, com saques de R$ 333,7 bilhões e retiradas de R$ 327,7 bilhões. Com o movimento, o saldo final de recursos na aplicação é de R$ 967,5 bilhões.
A perda da aplicação presente na carteira de 26% dos brasileiros segue o mesmo movimento registrado nos dois primeiros meses deste ano, quando o volume de saques também foi o maior da história para os períodos.
Com a taxa básica de juros, a Selic, fixada em 13,75% ao ano, o maior patamar dos últimos seis anos, desde agosto do ano passado, as aplicações na poupança rendem 0,5% ao mês, mais a variação da TR, a Taxa Referencial.
Apesar de a poupança oferecer um retorno acima da inflação no acumulado dos últimos 12 meses, a situação financeira das famílias e a maior atratividade de outros investimentos com a mesma segurança da caderneta justificam a fuga recente da aplicação.
Em 2022, a caderneta também teve perdas e fechou no vermelho pelo segundo ano consecutivo, com mais saques que depósitos em dez dos 12 meses do ano. O movimento resultou na maior perda anual da história da aplicação, de R$ 103,2 bilhões.