O assassino que matou quatro crianças na creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau, revelou a um amigo que cometeria um crime duas semana antes do ataque. A informação foi confirmada pela Polícia Civil em uma coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira (17). De acordo com o delegado Ronnie Esteves, ele disse a essa pessoa próxima que faria “algo grande” e falou sobre a machadinha e o canivete — armas que estavam com ele no dia da chacina.
Apesar disso, ainda conforme os investigadores, o ataque ao Cantinho Bom Pastor não foi planejado. Antes, o autor teria ido a uma região próxima a onde mora e ficado perto de duas unidades de ensino — uma creche particular e outra da prefeitura de Blumenau. Como ambas tinham “muros muito altos”, ele deixou o local às 8h39min. De lá, o assassino foi a uma academia, treinou, pagou a mensalidade e se dirigiu à Rua dos Caçadores onde cometeria o crime brutal
As investigações apontaram ainda que não houve envolvimento de uma segunda pessoa no crime e qualquer ligação com jogos virtuais foi completamente descartada — horas após os assassinatos, vale lembrar, vídeos começaram a circular nas redes sociais vinculando o crime a um “desafio”. Isso não se confirmou, explica a polícia.
— Desde o dia 5 estamos enfrentando uma enxurrada de fake news. Essas notícias falsas divulgadas e espalhadas pelas redes sociais têm causado pânico na população. E isso nos preocupa, porque poderíamos investigar crimes, mas temos de desmentir a desinformação. Pedimos à população que não divulgue notícias falsas, que busque nos sites do governo, das polícias, e nos veículos de imprensa sólidos e reconhecidos, as informações verdadeiras — afirma o delegado-geral de Polícia Civil, Ulisses Gabriel.
Desde o momento que saiu de casa até se entregar às autoridades, o assassino percorreu pouco mais de 22 quilômetros. Tudo ocorreu em um intervalo de uma hora e 10 minutos. O homem está preso e será indiciado quatro homicídios consumados e cinco tentados, todos quadruplamente qualificados: motivo torpe, uso de meio cruel, impossibilidade de defesa vítima e prática contra menores de 14 anos.