BLUMENAU - 17/04/2023 19:14 (atualizado em 17/04/2023 19:23)

Autor de ataque a creche em Blumenau revelou crime a amigo semanas antes, diz polícia

Revelação foi dada durante entrevista coletiva que esclareceu o crime que chocou o Brasil e o mundo
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Assassino de creche em Blumenau minutos depois do crime. (Foto: Polícia Civil, Reprodução)

O assassino que matou quatro crianças na creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau, revelou a um amigo que cometeria um crime duas semana antes do ataque. A informação foi confirmada pela Polícia Civil em uma coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira (17). De acordo com o delegado Ronnie Esteves, ele disse a essa pessoa próxima que faria “algo grande” e falou sobre a machadinha e o canivete — armas que estavam com ele no dia da chacina.

Apesar disso, ainda conforme os investigadores, o ataque ao Cantinho Bom Pastor não foi planejado. Antes, o autor teria ido a uma região próxima a onde mora e ficado perto de duas unidades de ensino — uma creche particular e outra da prefeitura de Blumenau. Como ambas tinham “muros muito altos”, ele deixou o local às 8h39min. De lá, o assassino foi a uma academia, treinou, pagou a mensalidade e se dirigiu à Rua dos Caçadores onde cometeria o crime brutal

— Ele olha por cima do muro e daí volta para a moto, onde pega a machadinha e um canivete no baú, pula por cima do muro, de 1,65 metro de altura e, 20 segundos depois, sai pelo mesmo lugar — conta o delegado Rodrigo Raitez. Nesse curto intervalo de tempo, ele matou quatro crianças e feriu outras cinco.

As investigações apontaram ainda que não houve envolvimento de uma segunda pessoa no crime e qualquer ligação com jogos virtuais foi completamente descartada — horas após os assassinatos, vale lembrar, vídeos começaram a circular nas redes sociais vinculando o crime a um “desafio”. Isso não se confirmou, explica a polícia.

— Desde o dia 5 estamos enfrentando uma enxurrada de fake news. Essas notícias falsas divulgadas e espalhadas pelas redes sociais têm causado pânico na população. E isso nos preocupa, porque poderíamos investigar crimes, mas temos de desmentir a desinformação. Pedimos à população que não divulgue notícias falsas, que busque nos sites do governo, das polícias, e nos veículos de imprensa sólidos e reconhecidos, as informações verdadeiras — afirma o delegado-geral de Polícia Civil, Ulisses Gabriel.

— Divulgar fake news é abjeto, é nojento, estraga todo o trabalho de investigação e gera perda de tempo — completa.

Desde o momento que saiu de casa até se entregar às autoridades, o assassino percorreu pouco mais de 22 quilômetros. Tudo ocorreu em um intervalo de uma hora e 10 minutos. O homem está preso e será indiciado quatro homicídios consumados e cinco tentados, todos quadruplamente qualificados: motivo torpe, uso de meio cruel, impossibilidade de defesa vítima e prática contra menores de 14 anos. 

Fonte: ND+
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