PLANOS DE SAÚDE - 24/04/2023 15:11

Planos de saúde têm maior prejuízo operacional já registrado, de R$ 11,5 bi

Resultado de 2022 foi o pior da série histórica, iniciada em 2001. Ganhos financeiros com alta de juros garantiram, porém, lucro líquido de R$ 2,5 milhões. ANS vê setor no 'zero a zero'
Recomendar correção
Obrigado pela colaboração!
O ano de 2022 foi o pior da história do setor de planos de saúde, desde o início da série histórica elaborada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) a partir de 2001. O prejuízo operacional acumulado em 12 meses foi de R$ 11,5 bilhões, o maior em mais de duas décadas. No entanto, abaixo dos R$ 15 bilhões estimados pelo mercado.
Mas, considerando o resultado financeiro, as contas fecharam no que a ANS chamou de zero a zero, já que o lucro líquido foi de R$ 2,5 milhões, que representa 0,001% das receitas de operações de saúde do setor no ano passado, de R$ 237,6 bilhões.
O número no campo positivo, ainda que pouco relevante para o tamanho do mercado, é reflexo do expressivo resultado financeiro obtido pelas operadoras com o aumento das taxas de juros que remuneram os ativos garantidores e aplicações financeiras. Com isso, o resultado financeiro ficou em R$ 9,4 bilhões no ano.
Mas o fato de 43% das operadoras médico-hospitalares terem fechado o ano com prejuízo aumenta a percepção de deterioração do resultado do setor, que teve um lucro recorde de R$ 18,7 bilhões em 2020 — devido à redução de procedimentos durante a pandemia — e de R$ 3,8 bilhões em 2021.
Na avaliação de Paulo Roberto Rebello, presidente da ANS, o mercado vive um momento peculiar. Apesar de um crescimento constante na base de clientes desde o início da pandemia — o número de beneficiários em planos médico-hospitalares foi de 47 milhões em dezembro de 2019 para 50,4 milhões em dezembro de 2022 — os resultados vêm piorando.
— Em princípio, as despesas assistenciais não apresentaram crescimento que possa justificar sozinha o aumento da sinistralidade, o percentual das receitas com mensalidades consumidas pelas despesas assistenciais. Entretanto, as receitas advindas das mensalidades parecem estar estagnadas, especialmente nas grandes operadoras — analisa Rebello, que vê sinais de melhoras no quarto trimestre.
Vera Valente, diretora-executiva da FenaSaúde, associação que reúne as maiores empresas do setor, não concorda com a avaliação da ANS de que o resultado de 2022 representa um zero a zero. E afirma ter uma visão mais pessimista para este e o próximo ano.
— Não se opera num setor de altíssimo risco para ganhar dinheiro em aplicação financeira. Há uma parte das empresas, inclusive, que defende a liberação das aplicações financeiras (os ativos garantidores) para dar um alívio no setor. Cerca de 40% dos beneficiários estão em operadores que registraram prejuízo operacional. Na minha avaliação, esse quadro não se reverte no curto prazo. É um grave momento do setor — afirma Vera.
Amil tem o maio prejuízo
A empresa que registrou o maior prejuízo em 2022 foi a Amil, com resultado negativo em R$ 1,6 bilhão. No segundo lugar desse ranking está a Prevent Senior, com prejuízo de R$ 872 milhões, seguida pela Metlife (-R$ 626 milhões). A Unimed-Rio, que acumulava prejuízo de R$ 1,3 bilhão até o terceiro trimestre, não aparece no ranking porque não entregou os dados do quarto trimestre.


No topo da lista das empresas com melhores resultados está a Bradesco Saúde, com lucro de R$ 690,53 milhões — não por acaso, a empresa que tem maior reserva do segmento —, seguida por SulAmérica (R$ 485,91 milhões) e Odontoprev (R$ 452,17 milhões).



Fonte: GLOBO
Publicidade
Publicidade
Cadastro WH3
Clique aqui para se cadastrar
Entre em contato com a WH3
600

Rua 31 de Março, 297

Bairro São Gotardo

São Miguel do Oeste - SC

89900-000

(49) 3621 0103

Carregando...