Depois de saltar 3,8% em janeiro, a maior variação para o mês desde 2000, o volume de vendas do comércio perdeu ritmo e caiu 0,01% em fevereiro, mostram dados revelados nesta terça-feira (25) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Mesmo com a oscilação negativa, o setor permance em um patamar 3% acima do nível de fevereiro de 2020, último mês sem os efeitos da pandemia de Covid-19 na economia nacional.
Na comparação com fevereiro de 2022, houve alta de 1%, sétimo resultado positivo consecutivo no índice, enquanto no indicador dos últimos 12 meses a alta foi de 1,3%, segundo os números da PMC (Pesquisa Mensal do Comércio).
Cristiano Santos, gerente responsável pela pesquisa, explica que a perda de fôlego do setor varejista é uma consequência de um período de Black Friday e Natal ruins, que resultaram em uma recuperação em janeiro e uma sustentação do volume de vendas em fevereiro.
"Além disso, um cenário de inflação estável em alguns setores importantes para a nossa pesquisa, como a alimentação em domicílio, que impacta a atividade de hiper e supermercados, também ajuda a entender os resultados observados em fevereiro”, destaca Santos.
Segmentos
Em fevereiro, variação negativa no mês foi acompanhada por seis das oito atividades que fazem parte do comércio varejista, de acordo com os números apresentados pela PMC (Pesquisa Mensal do Comércio).
Entre os principais recuos aparece o ramo de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,7%), que representa mais de 40% do peso da pesquisa. Além disso, tecidos, vestuários e calçados (-6,3%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-10,4%), se destacaram negativamente no mês.
Santos avalia que os segmentos de tecidos, vestuário e calçados e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação são duas atividades de alta volatilidade, cujas vendas variaram muito nos últimos meses.
"Um fator que ajuda a explicar esse cenário é que janeiro foi um mês de muitas promoções, como estratégia de grandes empresas desses setores após novembro, com a Black Friday, e dezembro, com o Natal, terem sido meses de baixa. Promoções que não seguiram para fevereiro", observa o gerente.