Foto: Rodrigo Kroth
Há dois anos atrás, em 4 de maio de 2021, pela manhã, por volta das 10h, o Oeste de Santa Catarina vivenciava uma de suas maiores tragédias. Em Saudades, Fabiano Kipper Mai invadiu a creche Pró-Infância Aquarela e armado com uma adaga, o jovem sem passagem criminal, dirigiu-se até o local e atacou bebês, professoras e demais funcionárias da creche que atende alunos de 6 meses a 2 anos. Três crianças, uma professora e uma funcionária morreram no massacre. O caso teve repercussão internacional.
Durante este tempo, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) atua para condenar o acusado da chacina ocorrida em uma creche no município de Saudades, no Oeste do estado. O réu foi denunciado pelo MPSC pela morte de duas professoras e três bebês, além da tentativa de homicídio de mais 14 vítimas. O crime ocorreu no dia 4 de maio de 2021 e o julgamento pelo Tribunal do Júri da Comarca de Pinhalzinho está marcado para ter início no dia 9 de agosto deste ano.
O Promotor de Justiça Bruno Poerschke Vieira relata que foi um crime cruel e covarde, praticado por motivo torpe, contra crianças menores de dois anos e educadoras que não tiveram a mínima chance de se defender. "O autor do ataque à creche premeditou, idealizou e planejou as mortes durante 10 meses, pesquisou sobre a volta às aulas presenciais no município de Saudades, sobre a creche Aquarela, também sobre chacinas cometidas em escolas com o uso de facas e outras armas brancas, procurando o alvo mais fácil para executar o seu plano", assevera.
O Promotor de Justiça ressalta que o réu tinha total consciência e discernimento do que estava executando. "Durante o ataque, duas educadoras e três crianças morreram e uma quarta criança foi gravemente ferida, mas sobreviveu, após ser socorrida e levada ao hospital. Além disso, ele tentou matar outras pessoas estavam na creche, as quais tiveram suas vidas devidamente expostas ao risco, que só escaparam do massacre porque o autor não conseguiu entrar nas salas em que essas pessoas estavam, mesmo após diversas tentativas de arrombamento de portas e janelas", enfatiza.
Viera finaliza destacando que, diante de todas as circunstâncias, o Ministério Público requer uma punição rigorosa e exemplar ao assassino. "Sem nenhuma piedade, a qual ele não teve com as vítimas, demonstrando-se que no Tribunal do Júri se pratica a justiça pública, tão almejada pela sociedade".
Foto: Rodrigo Kroth
Crimes
O réu será julgado pelo Tribunal do Júri da Comarca de Pinhalzinho, a partir do dia 9 de agosto deste ano, pela prática de cinco homicídios consumados triplamente qualificados por motivo torpe, meio cruel e uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas; 13 homicídios tentados duplamente qualificados por motivo torpe e meio cruel; e um homicídio tentado qualificado por motivo torpe, meio cruel e uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas.
Entenda o caso
Na manhã de 4 de maio de 2021, o réu entrou em uma creche no município de Saudades, matou duas professoras e três bebês e tentou matar outras 14 pessoas, entre educadoras, funcionárias e crianças. Ele usou uma adaga que havia comprado pela internet especialmente para o ataque. O réu, que teria tentado se matar após o atentado, foi detido por populares e entregue às autoridades. Ele confessou o crime. O processo tramita em segredo de justiça.