ECONOMIA - 09/05/2023 16:25

Empreender é o segundo maior sonho do brasileiro, diz pesquisa

Dados do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) apontam que seis a cada 10 brasileiros querem ter o próprio negócio
Recomendar correção
Obrigado pela colaboração!

A vontade de ter o próprio negócio voltou a ser o segundo maior sonho do brasileiro. De acordo com Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2022, seis a cada 10 pessoas querem empreender no país. Os números foram divulgados pelo Sebrae nesta terça-feira (9), que pontuou que o investimento em políticas públicas é essencial para impulsionar o empreendedorismo no país.
A pesquisa foi feita entre junho e agosto do ano passado, com 2 mil pessoas entre 18 e 64 anos. Dos entrevistados, 60% citaram ter uma empresa como um dos maiores desejos. Em primeiro lugar, ficou a vontade de viajar pelo país, com 61%.
Ao comparar com o resultado de 2021, houve um crescimento de 14 pontos percentuais — naquele ano, 46% pessoas manifestaram o desejo de empreender.
Entre os motivos está a escassez de empregos (82%), construção de riqueza (64%) e a continuidade de uma tradição familiar (44%).
— É um número extraordinário o sentimento do povo brasileiro de ser empreendedor. O Sebrae trabalha com três conceitos que são a linha que deve ordenar o debate do planejamento e fomentar a cultura empreendedora, que já alcança 60% do sentimento do povo brasileiro — destaca o presidente do Sebrae, o blumenauense Décio Lima.
Além disso, a pesquisa apontou que 67% da população brasileira está envolvida com empreendedorismo, o que corresponderia a 93 milhões de brasileiros. Desses, 42 milhões já são empreendedores — ou seja, que têm um negócio —, enquanto 51 milhões seriam potenciais empreendedores — aqueles que não têm um empreendimento, mas que gostariam de ter em até três anos.
Este último número fez com que o país ocupasse a 2ª maior população absoluta de potenciais empreendedores no mundo, ficando atrás apenas da Índia.
O levantamento também aponta que houve uma melhora na qualidade do empreendedorismo brasileiro no último ano. De acordo com o GEM, no ano passado, a taxa foi de 10,4%. Com isso, o Brasil ocupa a sétima posição no ranking dos países que também participaram da pesquisa, atrás de Coreia do Sul, Togo, Grécia, Letônia, Guatemala e Irã.
Em contrapartida, a taxa geral — soma dos empreendedores iniciais e dos estabelecidos — apresentou uma queda de 0,1 ponto percentual e atingiu o menor nível dos últimos 10 anos ficando em 30,3%. De acordo com o Sebrae, a redução é explicada porque um número pequeno de pessoas iniciaram um novo negócio, enquanto outra parte migrou para a posição de estabelecidos.
Por fim, a pesquisa também mostrou uma redução no empreendedorismo por necessidade, o que refletiu na taxa dos empreendedores iniciais. O número passou de 48,9% em 2021, para 47,3% em 2022.
Para Décio Lima, presidente do Sebrae, os dados mostram a necessidade da criação de um sistema que facilite o empreendedorismo, principalmente para aqueles que vivem na informalidade.
— Dos 42 milhões de brasileiros, metade deles não estão organizados dentro do sistema, nem do micro ou pequeno empreendedor, nem são MEI Social. Ou seja, é um empreendedor sobrevivente dentro do mercado, que tem uma renda, mas ainda não foi construído dentro do ambiente da legalidade do trabalho que ele exerce — pontua.
Uma das alternativas é criar parcerias com o municípios, com o intuito de atender a demanda. Além disso, o presidente do Conselho Deliberativo Nacional, José Zeferino Pedrozo, aponta que além do conhecimento, é preciso investir no setor.
— O grande desafio não é só levar conhecimento, mas também estender a mão com recursos — diz.
Em SC, mortalidade das empresas é desafio
A divulgação dos dados da pesquisa GEM 2022 ocorreu durante o encontro de dirigentes do Sebrae Nacional, que ocorre em Florianópolis. Ao analisar os resultados, o superintendente do Sebrae/SC, Carlos Henrique Ramos Fonseca, pontua que evitar a mortalidade das empresas também é um grande desafio.
— Dados como estes mostram o tamanho da nossa responsabilidade. Santa Catarina é um Estado empreendedor e nós temos esse desafio de reduzir a mortalidade, tornar as empresas mais produtivas, dar acesso ao crédito e é fundamental investir em inovação — diz.
Pesquisa GEM
Considerada a principal pesquisa sobre empreendedorismo no mundo, ela é realizada anualmente há 23 anos. Mais de 110 países já participaram do levantamento, o que representa mais de 95% do PIB mundial. Em 2022, no Brasil, 2 mil adultos e 52 especialistas foram entrevistados entre junho e agosto. O país é um dos poucos países que participou de todas as edições.

Fonte: NSC
Publicidade
Publicidade
Cadastro WH3
Clique aqui para se cadastrar
Entre em contato com a WH3
600

Rua 31 de Março, 297

Bairro São Gotardo

São Miguel do Oeste - SC

89900-000

(49) 3621 0103

Carregando...