ECONOMIA - 20/05/2023 07:23

Economia de SC está em queda, mas não tão rápida quanto a do Brasil, diz economista

Pesquisa do IBGE aponta que Santa Catarina é o Estado com menor informalidade do país, mas número de desempregados cresceu 16,5% em relação ao trimestre passado
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Cerca de 22 mil pessoas perderam o emprego em Santa Catarina no 1º trimestre de 2023, segundo a pesquisa Pnad Contínua Trimestral do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

De acordo com o economista da Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina), Pedro Henrique Pontes, o dado negativo mostra que a economia do Estado está caindo, porém a queda não é tão rápida quanto a do resto do Brasil.

Desaceleração da economia em Santa Catarina é menor do que no restante do país

No estudo do IBGE, Santa Catarina figura como o Estado com menor informalidade e na 2ª posição de menor desocupação. No entanto, o economista ressalta que esta é uma posição histórica do Estado.

Apesar de ter seguido uma tendência nacional, a taxa de desocupação de Santa Catarina é de 3,8%, abaixo da média brasileira, que é  de 8,8% de desocupados. O percentual brasileiro representa um aumento de 860 mil pessoas desocupadas a mais, neste primeiro trimestre do ano.

Número de desocupados

Mesmo com os bons índices, a pesquisa apontou que a população catarinense desocupada cresceu 16,5% em relação ao trimestre anterior — outubro, novembro e dezembro —, o que representa cerca 22 mil desocupados a mais. Já em todo o Brasil a população de desocupados é de 9,4 milhões de pessoas.

Para o economista , apesar do 1º trimestre do ano ser mais tímido, Santa Catarina está acompanhando a queda nacional.

“Santa Catarina está mostrando uma resiliência muito boa em relação ao momento da economia atual. Desde novembro que os indicadores econômicos vem sofrendo deterioração, a economia brasileira não está indo bem”, pontua o economista.

“Se a economia fosse um carro descendo uma ladeira, enquanto o Brasil está a uma velocidade de 100km/h, Santa Catarina está a 40 km/h”, compara o economista.

Desaceleração na economia tem vários motivos
Segundo o economista da Fecomércio, é provável que os catarinenses sejam impactados pelos índices negativos nos próximos meses, mas ainda é cedo para prever o quanto.

A desaceleração da economia é percebida por especialistas desde novembro de 2022, e vários motivos explicam a deterioração dos índices.

“De novembro para cá tem acontecido uma desaceleração, totalmente plausível por conta de inflação, guerra na Ucrânia e incertezas na política, por exemplo”, analisa.

Para ele, um fator que pode influenciar o número de desempregados é o aumento de imigrantes de outros países e estados para Santa Catarina.  Além disso, ele ressalta que muitas pessoas que são empregadas não permanecem no trabalho.

“Quando a gente fala de comércio e serviço essas vagas tem sido preenchidas, mas o trabalhador não permanece na vaga e acaba mudando por uma outra oportunidade, isso tá sendo refletido no alto número de admissões e demissões”.

Ambos os dados, segundo o economista, tem seu lado positivo, já que uma migração maior significa mais força de trabalho e a não permanência em um emprego pode significar que o mercado oferece melhores oportunidades.

Salário passa a valer menos e preocupa economistas

O economista ressalta um dado que, segundo ele, tem preocupado especialistas da área. O rendimento médio mensal, ou seja, o quanto o trabalhador ganha por mês, sofreu uma queda do 3º para o 4º trimestre de 2022 e o índice não se recuperou no primeiro trimestre de 2023.

Conforme a pesquisa, mesmo estável, Santa Catarina avançou duas posições no ranking de estados com melhor rendimento mensal. Para o economista o dado reforça o argumento de que a desaceleração no Brasil é maior que a do Estado catarinense.

“No último trimestre esse indicador caiu e agora se manteve estável. Em termos de remuneração a gente tem observado que trabalhar não está dando rendimento suficiente. É preocupante porque significa que o trabalhador está perdendo o poder de compra”, fala Pontes.

Segundo o especialista, a estabilidade em patamares mais baixos significa que os trabalhadores precisaram recorrer a mais de uma fonte de renda para manter o mesmo padrão de vida.

Fonte: ND+
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