O Ministério Público de Badung, na Indonésia, pediu a condenação em 12 anos de prisão em regime fechado à Manuela Victória de Araújo Farias, de 19 anos. Ela está detida desde fevereiro após sair de Florianópolis com destino a Bali com 3,6 kg de cocaína na bagagem.
“Pedimos para sentenciar a ré por 12 anos, deduzindo o tempo em que ela estiver sob custódia”, ratificou à agência estatal Antari o promotor Dewa Ari Kusumajaya, no Tribunal Distrital de Bali. A audiência ocorreu na terça-feira (23).
Além da prisão, o Ministério Público solicitou ao juízo que Manuela pague 1 bilhão em rúpias indonésias, o que equivale a R$ 333.666. Caso ela não tenha condições, a pena de prisão será aumentada em mais dois anos, podendo chegar a 14 anos de detenção.
O Tribunal Distrital de Bali deu uma semana para a defesa de Manuela apresentar as alegações finais e marcou novo julgamento para 30 de maio. Será quando a Justiça decidirá sobre a pena. A brasileira, que é natural do Pará, é obrigada a comparecer na leitura da sentença.
Defesa de brasileira buscava evitar pena de morte
O pedido de prisão do Ministério Público vai ao encontro da tentativa da defesa da brasileira de evitar a execução por fuzilamento ou prisão perpétua pelo crime de tráfico internacional de drogas, penas previstas pela legislação indonésia.“Saindo dessas duas penas a gente já se considera vitorioso, exitoso”, ressaltou ao Grupo ND o advogado Davi Lira da Silva, em abril.
Relembre o caso
Enquanto morava no Brasil, Manuela atuava como autônoma, vendendo perfumes e lingeries. Ela residia no Pará, onde mora o pai, e em Santa Catarina, onde reside a mãe.No fim de dezembro, Manuela saiu da periferia de Belém (PA), com destino a Florianópolis. Foi na Capital catarinense que a jovem embarcou rumo ao país asiático, conhecido por ter as leis antidrogas mais rigorosas do mundo.
No aeroporto de Bali, na Indonésia, Manoela foi presa em flagrante com quase 3 quilos de cocaína dentro da bagagem. A prisão aconteceu no dia 31 de dezembro do ano passado.A defesa diz que ao chegar em solo catarinense, Manoela foi aliciada por uma quadrilha. Amante do surfe, os criminosos teriam lhe oferecido aulas do esporte na Indonésia. Em troca pediram que ela transportasse uma mala, ou seja, teria sido usada como “mula”.
De acordo com o advogado, ela não sabia o que levava na mala. Por isso, ao ser presa, foi pega de surpresa.