O programa Universidade Gratuita pretende oferecer 75 mil vagas gratuitas de graduação até 2026 em universidades comunitárias do sistema Acafe (Associação Catarinense das Fundações Educacionais), em Santa Catarina.
O projeto de lei foi entregue à Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina), pelo governador Jorginho Mello (PL). Se aprovado, os interessados terão que se adequar a alguns critérios. A seguir, o ND+ responde às principais dúvidas que envolvem o projeto.
O que é o Universidade Gratuita?
O objetivo do programa estadual é oferece vagas gratuitas em universidades comunitárias para estudantes de Santa Catarina até 2026. A contrapartida é que os alunos devam realizar serviços para a população em sua área de formação, durante ou após a graduação.
As instituições de ensino também têm contrapartidas, já que, a cada dois alunos pagos pelo Estado, a Acafe garantirá a gratuidade das mensalidades aos estudantes admitidos no programa até o limite orçamentário.
Entre as atividades que as universidades precisam cumprir estão: promover programas de formação continuada para profissionais da educação da rede pública estadual de ensino e implementar processo seletivo padronizado como forma de ingresso de seus estudantes até 2026.
Quantas vagas?
O objetivo é oferecer até 75 mil vagas gratuitas, de forma escalonada, em nível de graduação, aos estudantes catarinenses nas instituições da Acafe até 2026. Inicialmente, devem ser ofertadas 30 mil vagas.
A classificação dos candidatos será pelo percentual de comprometimento da renda bruta familiar com o valor da mensalidade. Segundo o governo, a preferência será daqueles que tiverem o maior percentual de sua renda bruta familiar comprometida pela mensalidade do curso.
São seis critérios que o estudante precisa atender:
- Ter nascido em Santa Catarina ou residir no Estado há, pelo menos, cinco anos;
- Ter sido aprovado no processo seletivo do sistema Acafe; preferencialmente, ter frequentado o ensino médio em escolas da rede pública catarinense;
- Estar cursando a primeira graduação;
- Para cursos de medicina, ter renda bruta familiar inferior a 20 salários mínimos;
- Para os demais cursos, renda bruta familiar inferior a 10 salários mínimos.
Quais são as instituições?
As instituições de ensino superior estão distribuídas em todas as regiões do Estado. São elas:
Furb;
Uniplac;
Univali;
Unesc;
Unibave;
Unidavi;
Unifebe;
Univille;
Unochapecó;
Universidade do Contestado;
Centro Universitário Católica SC;
Unoesc.
O que diz o TCE/SC?
O órgão afirma que a prioridade da aplicação de recursos da educação deve ser o ensino básico, além de afirmar que o Estado descumpre metas do Plano Estadual de Educação, como a redução da taxa de atendimento no ensino fundamental, de 98% em 2014 para 96,4% em 2021.
Em análise do relator, conselheiro substituto Gerson dos Santos, há preocupação com a possibilidade de o Universidade Gratuita se tornar um programa de distribuição de renda invertida. Ele diz que o programa pode beneficiar classes com maior poder aquisitivo, dado o teto da renda familiar bruta dos alunos aptos a participar o programa.
Na última segunda-feira (12), o Diário Oficial do TCE publicou o resultado da votação que determinou a diligência junto à Secretaria de Estado da Educação sobre o programa. A pasta tem 15 dias para apresentar informações e documentos sobre os questionamentos apontados pelo relator, em análise apresentada na sessão de 5 de junho deste ano.
Quais são os valores envolvidos?
Neste ano, devem ser investidos R$ 228, 4 milhões para contemplar cerca de 30 mil estudantes. Para 2024, o investimento do Estado deve ser de R$ 698,2 milhões e cerca de 45 mil vagas oferecidas.
Em 2025, o número de estudantes deve chegar a 60 mil e o investimento deve ser de R$ 933,8 milhões. Já a previsão para 2026, ano em que se deve contemplar 75 mil alunos, o governo invista R$ 1,2 bilhões.
Quais devem ser os próximos passos na Alesc?
O cronograma de tramitação dos projetos relacionados ao Universidade Gratuita foi aprovado na Alesc. A tramitação será conjunta e analisada em todas as comissões ao mesmo tempo. Os deputados podem apresentar emendas até o dia 22 de junho.
No dia 27 deste mês, os relatores apresentam seus pareceres e votam as emendas. Entre 27 de junho e 3 de julho, os deputados analisam os relatórios. Já no dia 4, terá a votação dos pareceres, e no dia 5, a Comissão de Constituição e Justiça volta a analisar os textos.
Sendo aprovado na reunião, o projeto já terá liberação para ser votado em plenário.