A informação surge após o indicador responsável pelo reajuste da maioria das locações vigentes no Brasil apresentar recuo de 1,93% no mês de junho, a quinta taxa negativa consecutiva. Na referência para os reajustes, o IGP-M acumula queda de 6,86% nos últimos 12 meses, o menor patamar da história do índice, apurado desde maio de 1990.
A sequência de três baixas consecutivas do IGP-M acumulado não era vista na economia nacional desde o período compreendido entre dezembro de 2017 e fevereiro de 2018. A recente variação negativa da inflação do aluguel mantém a tendência de queda apurada desde maio de 2021, quando o indicador apresentava oscilação de 37% para as locações que venceriam no mês seguinte.
O cálculo do IGP-M leva em conta a variação de preços de bens e serviços, bem como de matérias-primas utilizadas na produção agrícola e industrial e na construção civil. Por isso, a variação é diferente da apresentada pela inflação oficial, que calcula os preços com base em uma cesta de bens determinada para famílias com renda de até 40 salários mínimos.
O economista André Braz, coordenador dos índices de preços do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), explica que a nova queda do IGP-M é resultado da nova deflação registrada pelos preços ao produtor, agora impulsionada pela queda dos preços dos combustíveis na refinaria. “O preço do diesel encolheu 13,82%, enquanto a preço da gasolina caiu 11,69%. Afora tal contribuição, os preços de importantes commodities agropecuárias seguem em queda, como: milho (-14,85%) e bovinos (-6,55%)”, destaca Braz.
A taxa do grupo bens intermediários registrou nova queda, passando de -1,49%, em maio, para -2,88%, em junho. O principal responsável por este movimento foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cujo percentual passou de -6,09% para -11,44%.