OPERAÇÃO - 30/06/2023 10:48 (atualizado em 30/06/2023 10:56)

Operação mira compra de software por SC que nunca teria sido usado; prejuízo seria de R$ 1,5 mi

Mesma tecnologia foi adquirida pela Polícia Militar de SC com valor 'infinitamente mais barato', segundo a Polícia Civil; compras ocorreram na gestão passada
Recomendar correção
Obrigado pela colaboração!

A Polícia Civil deflagrou nesta sexta-feira (30) Operação Irmãos em Arma que mira supostas irregularidades contratos firmados pela SEA (Secretaria de Estado da Administração) durante o governo passado. Diversos mandados de busca e apreensão são cumpridos.

A investigação apura a compra de um software pela SEA e pelo Porto de São Francisco para gerir indicadores de desempenho. Conforme a Polícia Civil, há indícios de que o programa nunca foi utilizado e que os contratos foram “infinitamente” mais caros do que uma compra semelhante firmada anteriormente. O prejuízo seria de R$ 1,5 milhão.
Operação foi deflagrada na manhã desta sexta-feira – Foto: PCSC/Divulgação

Nove mandados de busca e apreensão são cumpridos em três cidades de Santa Catarina (Florianópolis, São José, Palhoça) e em Canoas, município do Rio Grande do Sul no âmbito de duas Operações – além da Operação Irmãos em Armas, a corporação realiza a Operação Gênesis.

Os trabalhos são conduzidos pelas Decor/Deic (Delegacia de Combate à Corrupção) e pela Dlav ( Delegacia de Investigação à Lavagem de Dinheiro). Prestam apoio o Laboratório Lavagem de Dinheiro e a Coordenadoria Estadual de Combate à Corrupção da Polícia Civil.

Operação Irmãos em Armas

A Operação, intitulada “Irmãos em Armas”, apura a contratação realizada pela SEA e pelo Porto de São Francisco de um software desenvolvido por uma empresa sediada em Florianópolis – a Polícia Civil não informou o nome da desenvolvedora.

A tecnologia contratada visa “gerir os indicadores de desempenho” e foi desenvolvida com base “na Metodologia Multicritério de Apoio à Decisão Construtivista – MCDA-C”, de acordo com a corporação.

A mesma ferramenta foi contratado pelo menos três vezes pelo governo de Santa Catarina – além da SEA e do Porto de São Francisco, a PMSC (Polícia Militar em Santa Catarina) contratou a tecnologia em 2013. No entanto, apenas os dois últimos contratos são alvos da Operação.

Segundo a Polícia Civil, as  duas compras investigadas tiveram valor infinitamente mais caro que a primeira e “há vários indícios de que o programa sequer chegou a ser utilizado no Porto de São Francisco do Sul”. A Polícia Civil estima prejuízo de R$ 1,5 milhão.

A contratação ocorreu por dispensa de licitação após a pasta colher orçamentos de empresas catarinenses e sediadas em outros Estados. Apenas a empresa contratada teria respondido. A investigação aponta que a contratação ocorreu por dispensa de licitação, pois a tecnologia seria a única disponível no mercado para o uso da metodologia MCDA-C.

“O Porto de São Francisco do Sul apenas replicou o processo de inexigibilidade conduzido pela SEA”, destaca a Polícia Civil.

Tecnologia foi implementada antes na PMSC

Segundo a Polícia Civil, os agentes políticos da SEA e os servidores do alto escalão do Porto envolvidos na contratação, bem como o representante da empresa fornecedora do software, possuíam vínculos com a PMSC e implementaram a metodologia MCDA-C no âmbito da instituição.

A metodologia começou a ser colocada em prática na Polícia Militar de Santa Catarina a partir 2013, fruto de estudos acadêmicos realizados pelos investigados na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) “utilizando-se […] software com valor infinitamente mais barato, o qual é disponibilizado pela Secretaria de Segurança Pública aos órgãos policiais”.

Contrato não foi renovado, diz a SEA

Ao ND+, a SEA informou em nota que “as supostas irregularidades relacionadas ao processo licitatório para a compra de software, alvo da operação conduzida pela Polícia Civil, são provenientes da gestão passada de Governo”.

“A gestão do governador Jorginho Mello não realizou a renovação do contrato referido e estão sendo prontamente disponibilizadas as informações necessárias às autoridades competentes, colaborando de forma irrestrita com as investigações em curso”, destacou a pasta.

“Acreditamos na importância de esclarecer e apurar qualquer desvio de conduta, assegurando a responsabilização dos envolvidos”, disse o secretário de Estado da Administração, Moisés Diersmann.


Fonte: ND
Publicidade
Publicidade
Cadastro WH3
Clique aqui para se cadastrar
Entre em contato com a WH3
600

Rua 31 de Março, 297

Bairro São Gotardo

São Miguel do Oeste - SC

89900-000

(49) 3621 0103

Carregando...