O último a votar no julgamento que tornou Jair Bolsonaro inelegível até 2030, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, apenas confirmou a condenação, já que, ao iniciar seu posicionamento, o tribunal já havia formado maioria neste sentido. O placar, com o voto de Moraes, foi de 5 a 2.
Além do presidente do tribunal, votaram para impedir o ex-presidente de concorrer nas próximas eleições o relator, Benedito Gonçalves, e os ministros Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares e Cármen Lúcia. Divergiram Raul Araújo e Kássio Nunes Marques.
— A resposta que a Justiça Eleitoral, principalmente este Tribunal Superior Eleitoral, dará a esta questão, tenho absoluta certeza de que esta resposta confirmará nossa fé na democracia, nossa fé no Estado de direito, e nosso grau, enquanto Poder Judiciário, de repulsa ao degradante populismo renascido a partir das chamas dos discursos de ódio, dos discursos antidemocráticos, dos discursos que propagam infame desinformação.
Moraes argumentou que o evento de Bolsonaro com embaixadores não teve caráter oficial, mas foi pautado com objetivo pessoal do ex-presidente, que seria influenciar os eleitores para que desconfiassem do sistema eleitoral brasileiro.
— De oficial (na reunião com embaixadores), só o desvio de finalidade praticado pelo então Presidente da República, porque o Itamaraty não organizou, não foi avisado e não participou, a Casa Civil da mesma forma, a Secretaria de Assuntos Estratégicos também não participou. Algo eleitoreiro, um monólogo eleitoreiro — declarou, ao votar.
— Um Presidente da República que ataca a lisura do processo eleitoral que o elege há 40 anos, isso não é exercício de liberdade de expressão, isso é conduta vedada. E ao fazer isso utilizando-se do cargo de Presidente da República, do dinheiro público, da estrutura do Palácio da Alvorada, da TV pública, é abuso de poder. E ao preparar tudo isso para imediatamente bombardear o eleitorado via redes sociais: uso indevido dos meios de comunicação.