CPMI DO ATOS DE 8 DE JANEIRO - 11/07/2023 14:42

CPMI aprova pedido de informações de viagem de Lula no dia dos atos extremistas

Parlamentares também requisitaram imagens da invasão do Planalto e a quebra de sigilo de quem já depôs na comissão
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Parlamentares da CPMI do 8 de Janeiro / Reprodução / TV Senado

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro aprovou nesta terça-feira (11) mais 90 requerimentos, incluindo pedido de informações detalhadas sobre todos os planos de voo das viagens feitas pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no dia dos ataques extremistas. Esta é uma demanda da oposição, que quer investigar quanto o chefe do Executivo tinha de informações sobre as invasões. 

Nos bastidores, a base do governo chegou a atuar contra a aprovação de temas referentes às viagens entre 6 e 8 de janeiro, com destino às cidades de São Paulo e Araraquara, em SP. Na ocasião, Lula visitou o município atingido por fortes chuvas. Os pedidos aprovados sobre o tema incluem "o planejamento, a mobilização e o envio de segurança imediata, aproximada, afastada e logística para o presidente da República, inclusive equipe precursora e esquadrão avançado". 

"Afigura-se importante conhecer as circunstâncias que precederam as invasões e que levaram o chefe do Poder Executivo a se deslocar para fora da capital federal", justifica o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ). No pedido, o deputado detalha o envio de informações com dados e documentos com a identificação completa de todos os servidores ou agentes públicos envolvidos na viagem, além da descrição detalhada de todos os locais frequentados pelo presidente da República na ocasião. 

Além desses pedidos, a oposição também conseguiu aprovar requerimento com fornecimento de imagens do Ministério da Justiça no dia das invasões. Os parlamentares querem monitorar as ordens dadas pelo ministro Flávio Dino e apurar se houve omissão. Segundo o autor do pedido, deputado Roberto Duarte (Republicanos-AC), isso "possibilitará compreender se havia contingente da Força Nacional de prontidão no Ministério da Justiça e o exato momento em que foi acionada para os ataques sofridos". 

Quebra de sigilo

Os deputados e senadores também aprovaram a quebra de sigilo de informações de pessoas que já depuseram na CPMI. É o caso do sigilo telemático do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No depoimento à CPMI, nesta terça-feira (11), o militar exerceu o direito de ficar em silêncio. 

Cid está preso desde 3 de maio, após uma operação que apura um esquema de fraude em cartões de vacinação. O tenente também é investigado nos casos das joias de Jair e Michelle Bolsonaro e dos atos extremistas de 8 de janeiro.

Além de Cid, oito assessores técnicos militares subordinados a Cid foram alvo de pedidos de quebra de sigilo telemático aprovados. São eles: Marcelo de Costa Câmara, Cleiton Henrique Holzschuk, Osmar Crivelatti,  Danilo Isaac Calhares, Jonathas Diniz Vieira Coelho, Adriano Alves Teperino, Luis Marcos dos Reis e Daniel Lopes de Luccas. 

A Operação Venire, da Polícia Federal, sobre o suposto esquema de falsos registros de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde, investiga se Jair Bolsonaro (PL) teria sido imunizado em São Paulo, em 2021, e em Duque de Caxias (RJ), em 2022. Foram presos na operação Mauro Cid e Luis Marcos dos Reis, ex-ajudantes de ordens de Bolsonaro; Max Guilherme de Moura e Sergio Cordeiro, seguranças do ex-presidente; Ailton Moraes Barros, candidato a deputado estadual pelo PL no Rio de Janeiro em 2022; e João Carlos de Souza Brecha, secretário da Prefeitura de Duque de Caxias (RJ).

O irmão do ex-ajudante, Daniel Barbosa Cid, também foi alvo da CPMI com pedidos de informação à Receita Federal e ao Banco Central. Os parlamentares querem dados sobre o registro de empresas estrangeiras no nome dele. 

Os sigilos telefônico e telemático do coronel Jean Lawand Júnior também foram quebrados. Um áudio encontrado no celular de Cid revelou conversas com Lawand, então gerente de ordens do alto-comando do Exército, que incentivava a realização de um golpe de Estado. Lawand disse a Mauro Cid que Bolsonaro precisava "dar a ordem" para que os militares pudessem agir.

A comissão aprovou, ainda, a transferência de sigilo bancário, fiscal, telefônico e telemático do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques. Acusado de arquitetar um ataque a bomba em Brasília, George Washington de Oliveira Sousa também foi alvo de pedido de quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico, igualmente aprovado. 

Houve, ainda, aprovação de requerimentos de informações e imagens da invasão aos prédios dos Três Poderes; dados sobre os presos nos acampamentos em frente ao Quartel-General do Exército; listagem de transportes de viagem que entraram no Distrito Federal entre 10 de dezembro de 2022 e 31 de janeiro de 2023; relatórios da inteligência; e informações sobre dispensa de funcionários de segurança no dia 8 de janeiro. 

Fonte: R7
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