Em meio às discussões sobre a extinção do rotativo do cartão de crédito, a taxa média de juros da modalidade avançou 8,7 pontos percentuais no mês de julho, de 437% para 445,7% ao ano, mostram dados revelados nesta segunda-feira (28) pelo BC (Banco Central).
Na prática, o consumidor que cair no rotativo com uma dívida no valor de R$ 800 precisa desembolsar um adicional de R$ 3.565,60 para quitar o saldo devedor com a instituição financeira após um ano, totalizando uma dívida de R$ 4.365,60.
A alta ocorre mesmo diante do primeiro corte da taxa básica de juros no período de três anos. A redução de 0,5 ponto percentual levou a taxa Selic a 13,25% ao ano, ante o patamar de 13,75% ao ano, que estava em vigor desde agosto do ano passado.
Para auxiliar os milhões de endividados que sofrem com as taxas elevadas de juros, o governo federal lançou o Desenrola Brasil para que os endividados consigam renegociar suas dívidas. No primeiro mês do programa, a iniciativa para ajudar a tirar os brasileiros do vermelho negociou quase R$ 10 bilhões em dívidas.
As Estatísticas Monetárias e de Crédito revelam ainda que as taxas cobradas daqueles que fizeram uso do cheque especial voltaram a cair após leve variação positiva em junho. O patamar de juros atual cobrado dos que precisam ficar com as contas bancárias no vermelho é de 132,5% ao ano.
O rotativo do cartão de crédito e o cheque especial são as modalidades de crédito mais acessadas em momentos de dificuldade e, consequentemente, têm as linhas de crédito mais caras do mercado.
Para driblar as taxas exorbitantes das modalidades, os consumidores podem aderir ao empréstimo consignado, que oferece desconto direto na folha de pagamento. A taxa da linha de crédito recuou 0,5 ponto percentual em julho e figura em 25,4% ao ano.