O gesto de uma diarista tornou mais amena a manhã fria desta segunda-feira na cidade de Monte Carlo, no Meio-Oeste de Santa Catarina, a 355 quilômetros de Florianópolis. Nas primeiras horas, quando os termômetros marcavam em torno de cinco graus e geada cobria a vegetação, a mulher que voltava para casa depois de uma noite de trabalho encontrou uma carteira contendo um cartão de crédito com senha, um talão de cheques preenchidos e R$ 17 mil em dinheiro. A trabalhadora decidiu, então, ir até a rádio comunitária pedir que fosse feito um anúncio para que então o dono da carteira pudesse recuperá-la.
— Eu trabalho e ganho o meu dinheiro de forma honesta. Não acho justo ficar com o que não é meu — declarou Niceia dos Santos.
Faz quatro meses que a mulher mora na cidade. Monte Carlo tem cerca de 10 mil habitantes e uma economia com base na agricultura e áreas de reflorestamento.
A atitude de Niceia repercutiu nas redes sociais:
— Parabéns pela atitude, mas para ver como a nossa sociedade está corrompida, pois o que era para ser regra, não é… — escreveu uma pessoa.
Houve quem destacasse o que considerou uma atitude de esperança:
— Ainda dá para acreditar no ser humano.
A diarista contou que lembrou de um fato acontecido recentemente, quando o locutor Osmar Pedroso, o Caipirão, viveu uma experiência parecida. O profissional estava na cidade de Luzerna, também no Meio-Oeste, encontrou uma carteira jogada no chão. Ao abrir, percebeu cartões de crédito e cerca de R$ 4 mil. Uma moradora próxima ajudou a localizar a dona. Na ocasião, Caipirão usou palavras que parecem ter inspirado Niceia:
— Dinheiro é sempre bem-vindo, mas não quando é de outro. Minha consciência iria pesar se ficasse com algo que não me pertence.
Apesar da atitude honesta da diarista Niceia e do radialista Caipirão, especialistas alertam sobre normas de segurança: evitar andar com cheques preenchidos, nunca colocar a senha junto ao cartão de crédito e não andar com grandes quantias.