O juro mantido em alta nos últimos três anos era justificado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central como uma necessidade para segurar a inflação. Com desacelerações apontadas pelo levantamento de preços ao longo dos meses, o Copom definiu que poderia fazer mais reduções na Selic, prevendo os cortes inclusive em ata de reunião, possivelmente meio ponto a cada novo encontro.
Em 2022, o intervalo dos primeiros oito meses era de 4,39%. Com os preços sob relativo controle, a expectativa é que não seja mais necessário subir juros. Quando a inflação tomava corpo no mundo todo, até o ano passado, para conseguir fazer uma espécie de "barreira" na alta de preços o Banco Central mantinha o nível da Selic em alta para poder ampliar o "custo do dinheiro", ou seja, ficava mais caro tomar empréstimos, fazer financiamentos, e esse movimento forçava as pessoas a consumir menos e a baixar a procura por produtos de todo o tipo, consequentemente enfraquecendo a inflação e desacelerando preços.
Recentemente o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em declarações à imprensa, lembrou que o aperto monetário nos Estados Unidos fez pressão sobre os mercados emergentes e, ainda, a desaceleração na atividade econômica e no comércio exterior da China também trouxe preocupações aos investidores de todo o mundo. Principalmente por esses motivos, Campos Neto afirma que a batalha contra a escalada dos preços não está ganha.
"A China enfrenta uma variedade de desafios mundiais de curto e longo prazo, desafios econômicos que monitoramos cuidadosamente", assinalou Janet Yellen em Nova Delí, na Índia, durante a cúpula do G20. Ela lembrou que ainda persistem temores de que a desaceleração da atividade no país asiático, o risco de recessão na Europa e a inflação elevada em países desenvolvidos e em desenvolvimento provoquem queda na demanda por produtos chineses, o que também poderia afetar negativamente a economia do mundo todo.