Um médico foi afastado após ser acusado de violência obstétrica e ginecológica no hospital Maicé de Caçador, no Meio-Oeste de Santa Catarina. A direção do hospital formalizou o afastamento na sexta-feira (12).
O afastamento foi requerido pelo MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) em uma ação civil ajuizada em dezembro de 2023 e que teve decisão liminar deferida pela Justiça.
Entenda o caso do médico afastado:
A 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Caçador ajuizou a ação civil depois que o hospital se recusou a acatar a recomendação assinada pelas cinco Promotoras de Justiça da comarca, segundo o MPSC.
“Nas últimas semanas, várias mulheres nos procuraram para buscar informações sobre o andamento do caso, na expectativa de poderem ir ao hospital mais tranquilas para receberem um atendimento de qualidade”, disse a Promotora de Justiça Silvana do Prado Brouwers.
A direção do hospital também informou que ainda não contratou outro médico obstetra, sob a justificativa da dificuldade de encontrar profissionais à disposição no mês de janeiro.
Mortes, ofensas e maus-tratos
Várias vítimas disseram, por exemplo, que o exame de toque do colo do útero foi feito de forma extremamente agressiva, o que causou sangramento e dor. “Uma delas afirmou que a experiência foi tão traumática que nem pensa em ter outros filhos”, afirma o texto do MPSC.
Outra vítima levou exames para marcar a retirada de dois tumores na vagina. “Ela foi mandada embora pelo médico, mas insistiu e acabou sendo chamada de ‘burra’, ‘surda’ e ‘gorda’. Posteriormente, foi submetida à cirurgia por outro profissional”, apresentou o MPSC.
O documento com os relatos e demais detalhes do caso foi encaminhando na íntegra para a 4ª Promotoria de Justiça para a apuração da conduta no âmbito criminal.
Requerimentos do Ministério Público: