Mais de 80% dos reajustes salariais registrados até 11 de janeiro, referentes à data-base de dezembro, resultaram em ganhos acima da variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Conforme o levantamento Mediador, do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), de 48 reajustes salariais cerca de 83,3% resultaram em ganhos acima do indicador, enquanto 16,7% tiveram apenas recomposição das perdas passadas. Não houve, até o momento, reajustes abaixo do INPC.
O reajuste necessário segue em queda, junto com a variação do indicador, chegando a 3,71% para as negociações com data-base em janeiro de 2024. O painel parcial de 2023, com os primeiros números de dezembro, mostra que 77% dos resultados analisados no ano alcançaram ganhos acima do INPC; 17,3%, reajustes iguais a esse índice inflacionário e 5,7% ficaram abaixo dele. O painel é composto por 19.531 reajustes salariais. A variação real média no ano é, até o momento, igual a 1,11% acima do INPC.
Entre os setores econômicos analisados, a indústria se destaca, com aumentos reais em 82,2% dos reajustes, seguida pelo setor de serviços, com ganhos reais em 79%. O comércio vem em terceiro lugar, com resultados acima da inflação em 56,4% dos casos. Em relação aos reajustes salariais abaixo do INPC, indústria e comércio apresentam percentuais parecidos (cerca de 5% cada), enquanto, nos serviços, o valor foi ligeiramente maior (6,7%).
Pisos salariais
Os valores dos pisos salariais são apresentados, a seguir, em dois indicadores: 1) valor médio, equivalente à soma dos valores de todos os pisos, dividida pelo número de pisos observados; e 2) valor mediano, correspondente ao valor abaixo do qual está a metade dos pisos analisados. A vantagem da apresentação do valor mediano é que ele sofre menos influência dos valores extremos da série, indicando melhor a distribuição dos pisos.