Nesta segunda-feira, 12 de agosto, os trabalhadores da
Celesc iniciarão uma greve por tempo indeterminado, motivada por uma proposta
controversa da diretoria da empresa relacionada à Participação nos Lucros e
Resultados (PLR). Segundo a Intersindical dos Eletricitários de Santa Catarina
(Intercel), a paralisação é uma resposta à alegada tentativa de mudança na
forma de pagamento da PLR, que, segundo os sindicalistas, visa beneficiar um
grupo restrito de funcionários em detrimento de outras categorias.
De acordo com a nota divulgada pela Intercel, a decisão de entrar em greve
decorreu de um longo processo de negociações frustradas. Os sindicatos que
representam os empregados criticaram a Diretoria da Celesc por sua negligência
durante as negociações. “A categoria decidiu entrar em greve por considerar que
direitos adquiridos estão sendo destruídos para favorecer um pequeno grupo”,
afirma a nota.
Os trabalhadores destacam que a proposta de mudança não afeta o valor total
reservado para a PLR, que é de 56 milhões de reais, conforme declaração da
própria Diretoria. No entanto, o foco da discórdia está na forma de
distribuição desse valor. A crítica central é que a nova proposta favorece os
engenheiros da empresa, em detrimento de outras categorias, especialmente
aquelas de menor remuneração.
Esta greve será a terceira enfrentada pelo governo de Jorginho Mello (PL) em um
curto período. Anteriormente, os professores realizaram uma greve, que foi
encerrada após uma nova proposta de negociação do governo, e os servidores da
Casan também paralisaram suas atividades por 10 dias em junho. A situação atual
na Celesc poderá ampliar a pressão sobre o governo, que já tem enfrentado
desafios significativos em sua gestão de conflitos trabalhistas.
A expectativa é que o governo e a diretoria da Celesc busquem uma solução para
a crise, a fim de evitar impactos prolongados nas operações da empresa e na
vida dos cidadãos que dependem de seus serviços.
A reportagem do Grupo
WH Comunicações procurou a gerência de São Miguel do Oeste para saber como está
o movimento grevista na regional, porém até a publicação desta matéria não
havia recebido resposta.
Em nota, o sindicato informou sobre a greve:
“Apesar de todos os esforços da categoria em manter um atendimento de
qualidade ao povo catarinense, a gestão desta diretoria, além de não recompor o
quadro de pessoal e aumentar a terceirização, ainda implementou um sistema
comercial que continua trazendo transtornos. Essas decisões levam os
trabalhadores a situações inseguras, tanto físicas quanto mentais, prejudicando
a população como um todo.
Neste cenário, os trabalhadores da Celesc, que têm se dedicado a garantir o
atendimento à população, ainda têm sido atacados pela diretoria. Não há
valorização dos celesquianos enquanto responsáveis pelos bons números técnicos
e financeiros da empresa. Mesmo com uma proposta encaminhada pela Intercel em
dezembro de 2023 para o Acordo Coletivo de Participação nos Lucros e Resultados
2024, a diretoria não formalizou uma contraproposta, apostando em uma tentativa
de divisão e enfraquecimento dos trabalhadores.
A negligência beira a irresponsabilidade na gestão do patrimônio público, uma
vez que a PLR é calculada através do resultado de um Contrato de Gestão e
Resultados, aprovado no fim do último ano. Passados oito meses, as metas já
estão sendo apuradas e, mesmo assim, a diretoria ainda não definiu o Acordo dos
trabalhadores.
Deste modo, resta aos empregados a mobilização em defesa de seus direitos. Os
trabalhadores pedem apoio à sociedade para que seus direitos sejam respeitados,
garantindo condições para que o serviço de qualidade prestado pelos
celesquianos continue a ser realizado.
Durante a greve, os serviços essenciais serão mantidos de forma voluntária
pelos trabalhadores, reforçando o compromisso com a população.
Os sindicatos reafirmam a necessidade de avanços nas negociações dos acordos
coletivos e da mudança de postura da diretoria da Celesc, para que os
trabalhadores sejam valorizados e continuem a atender o estado de Santa
Catarina com responsabilidade e qualidade, promovendo o desenvolvimento social
e econômico do nosso estado.