O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou nesta quarta-feira (18) um plano de ação que prevê reduzir impactos da dengue e outras arboviroses no Brasil. Durante agenda, realizada no Palácio do Planalto, em Brasília, o petista afirmou que cada cidadão brasileiro é o próprio médico no combate à doença.
“O que nós queremos é passar a ideia de que cada cidadão brasileiro é o seu próprio médico na questão do cuidado com a dengue. A gente tem que cuidar da casa da gente. Às vezes a casa da gente é bem cuidada, mas a do vizinho não está cuidada. A gente não quer que ninguém brigue com vizinho, mas alerte o sistema de saúde que tem um vizinho que não está cuidando”, disse Lula.
“Depois que cada um cuidar da sua casa, vamos ter que cuidar da rua, da vila, do bairro, da cidade, do estado e, assim, vamos cuidar do nosso país. Se cada um cumprir com sua função e não permitir que haja nenhuma possibilidade de os mosquitos tirarem férias no seu quintal, a gente vai ter muito mais condições de combater a chikungunya, a dengue e outras doenças”, acrescentou.
O presidente brasileiro destacou que o mosquito está nas casas de todos os cidadãos. “Não é só na casa de pessoa pobre, eles estão nas casas de pessoas que têm poder aquisitivo melhor, que tem piscina abandonada, que tem vaso com água empoçada, que tem o pneu tirado do carro em pé com água”, argumentou.
Plano de Ação
O plano de ação possui seis eixos, com foco para implementação no segundo semestre do ano – quando todas as condições climáticas são favoráveis ao aumento de casos. São eles: prevenção, vigilância, controle vetorial, organização da rede assistencial e manejo clínico, preparação e resposta às emergências e comunicação e participação comunitária.Durante o período intersazonal, ou seja, no intervalo entre os picos de casos, serão intensificadas as ações preventivas, com retirada de criadouros do ambiente e a implementação das novas tecnologias de controle vetorial. Também será feita uma força-tarefa de sensibilização da rede de vigilância para a investigação oportuna de casos, coleta de amostras para diagnóstico laboratorial e identificação de sorotipos circulantes.
“Para o período sazonal, caso ocorra nova alta sensível de casos, estão previstas medidas estabelecidas no plano de contingência, focadas sobretudo no fortalecimento da rede assistencial para redução das hospitalizações e óbitos evitáveis. São prioritárias as ações relacionadas ao manejo clínico adequado, seguro e executado em tempo oportuno, além da organização dos serviços. Nesse período, as ações de vigilância devem priorizar a coletiva de amostras para exames específicos com foco em casos graves e investigação oportuna de óbitos”, diz a Saúde.
A pasta da Saúde vai expandir o uso de estações disseminadoras de larvicida para controle do aedes aegypti, transmissor da dengue, nas periferias brasileiras. A estratégia foi desenvolvida por pesquisadores da Fiocruz Amazônia, testada e aprovada com resultados comprovados em 14 cidades de diferentes regiões, nas quais foi aplicada entre 2017 e 2020.
“A armadilha atrai as fêmeas do mosquito que, ao pousarem no recipiente para colocar seus ovos, são impregnadas com o larvicida. Quando visitam os criadouros, os contaminam com o inseticida. O resultado final é a redução no desenvolvimento de larvas. A lista preliminar tem 17 municípios de todas as regiões do país”, explica o ministério em nota.
Dados no Brasil
De janeiro a agosto deste ano, o Brasil registrou 6.500.835 casos prováveis de dengue. Os números mostram que 55% dos casos de dengue foram identificados entre mulheres e 45% entre homens. As faixas etárias que mais contabilizaram infecções pela doença são de 20 a 29 anos; de 30 a 39 anos; e de 40 a 49 anos. Já os grupos menos atingidos são crianças com menos de 1 ano; idosos com 80 anos ou mais; e crianças de 1 a 4 anos.