Ressocialização - 03/10/2024 07:45

SC tem 33% dos detentos em atividades laborais, revela pesquisa

A proporção supera a média nacional, que é de 19%; as atividades laborais têm como objetivos a reabilitação e ressocialização do preso
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Foto: Eduardo Valente / SECOM

Em Santa Catarina, 33% da população carcerária trabalha. São 8.221 detentos em alguma atividade laboral, segundo dados da Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais).

A proporção supera a média nacional, que é de 19%. As atividades laborais têm como objetivos a reabilitação e ressocialização do preso, como forma de prevenir a reincidência criminal.

O trabalho de ressocialização dos detentos catarinenses é feito pela SAP (Secretaria da Administração Prisional e Socioeducativa). A iniciativa conta com a parceria de empresas privadas e setores públicos, que promovem a capacitação e o desenvolvimento de habilidades técnicas e comportamentais.

“Trabalho e educação são pilares fundamentais para a recuperação e a inclusão social dos detentos. Ao ampliar essas vagas, damos a eles uma nova chance de seguir por um caminho diferente ao sair do sistema prisional”, explica o secretário da SAP, Carlos Alves.

Com o que os detentos trabalham em Santa Catarina?

Os apenados desenvolvem diferentes produtos e serviços no sistema prisional catarinense. As atividades laborais abrangem a indústria náutica, de cosméticos, embalagens, marcenaria, indústria têxtil e até o setor agrícola.

Outro exemplo é a obra da Emergência do Hospital Celso Ramos, em Florianópolis, que utilizou a mão de obra dos reeducandos para agilizar o processo. Eles prestam serviços como pintura, carpintaria, limpeza de áreas externas e outras atividades essenciais nas unidades hospitalares.

A parceria com a Secretaria da Saúde ainda beneficiou o Hospital Regional Hans Dieter Schmidt e a Maternidade Darcy Vargas, em Joinville, e o Hospital e Maternidade Tereza Ramos, em Lages. Ao todo, 22 detentos trabalharam nas unidades.

A expectativa do governo de Santa Catarina é de que novos convênios sejam firmados com empresas de diversos setores nos próximos meses, de modo a aumentar as oportunidades de trabalho entre os presos.

O detendo L.D. trabalha há quatro meses para uma empresa que produz embalagens de produtos de cosméticos, segundo a Secom (Secretaria de Estado da Comunicação). Ele aproveita a oportunidade para guardar dinheiro e enviar uma parte ao filho, de quem paga pensão.

“Aqui aprendemos a conviver um com o outro e respeitar todo mundo. A gente perde muito tempo aqui, 10, 15 anos da nossa vida e o trabalho ajuda a passar esse tempo mais rápido”, conta.

“E o próximo passo é poder concluir meus estudos e depois que sair, lá fora, poder fazer uma faculdade”, completa L.D.

Fonte: NSC
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