A engenheira Alini Bicalho (PT) foi eleita prefeita de Francisco Sá, em Minas Gerais, neste domingo. A vitória da política, que é ex-mulher do prefeito da mesma cidade, Mário Osvaldo (Avante), foi contra a suposta namorada do ex-marido, a nutricionista Késsia Ribeiro (Avante).
As informações são do O Tempo. Késsia foi apontada por moradores da cidade de 23.746 habitantes como suposta namorada de Mário. Na disputa pela prefeitura, ela foi derrotada por uma diferença de 1.193 votos. Alini ganhou a eleição com 51,45% dos votos válidos.
Bicalho, ex-mulher de prefeito, tentou barrar candidatura de suposta namorada do ex
Na campanha, Alini tentou impugnar a candidatura da suposta namorada do ex-marido. O motivo teria sido justamente a suposta relação entre os dois. Em pedido feito à 115ª Zona Eleitoral de Francisco Sá, a coligação da ex-esposa, formada ainda por PCdoB, PV, PP e Mobiliza, alegou que Mário e Késsia teriam uma união conjugal e afetiva, “situação pública e notória em todo o município”, que se estenderia desde 2020, ainda durante o atual mandato do prefeito.Para a ex-mulher, a união conjugal e afetiva seria inconstitucional. A prefeita eleita alegou que a Constituição considera inelegíveis “o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do presidente da República, de governador de Estado, do Distrito Federal, de prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição”.
O Ministério Público Eleitoral chegou a defender a impugnação da candidatura de Késsia. A promotora Joana D’Arc Alves afirmou que o suposto namoro não poderia ser considerado uma união estável mas que como o romance teria ganhado “visível notoriedade” após a separação entre o prefeito e Alini, “a simples existência do concubinato já torna Késsia Ribeiro inelegível.”
No entanto, o juiz Douglas Barroco negou o pedido de impugnação da candidatura de Késsia, já que, para ele, a união estável entre a nutricionista e Mário não foi comprovada e que “uma relação de namoro (…) não gera inelegibilidade reflexa”.
A ex-mulher e prefeita eleita chegou a recorrer da decisão, mas Késsia negou que more com Mário desde 2020, ainda antes da separação legal entre o prefeito e Alini.
“A recorrida (Késsia) tem residência própria e não mora com o prefeito, porque não tem relação familiar com ele, não é sua esposa, companheira e muito menos foi sua concubina, embora os recorrentes insistam na configuração de uma entidade familiar”, defendeu a candidata, que teve 43,39% dos votos válidos.
Em entrevista ao Aparte ainda em agosto, Mário admitiu que já fez viagens particulares com Késsia, mas negou que ela seja sua namorada. “Eles querem impugnar (a Késsia), que é muito amiga minha. Pelo fato dela ser novinha e bonitinha, estão criando essa relação, que não existe. Não tem namoro. Nós já viajamos uma vez ou outra, mas não é relação. Eu já fui casado três vezes, com sete filhos, mais de R$ 30 mil de pensão, eu não quero mais mulher na minha vida”, explicou na oportunidade.
Até agora, o TRE-MG não analisou o recurso da ex-mulher do prefeito.