Uma mulher de 42 anos foi presa nesta quarta-feira, dia 16, suspeita de matar uma grávida para ficar com o bebê dela em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A vítima, Paula Janaína Ferreira Melo, de 25 anos, teria sido agredida na região da cabeça.
De acordo com a investigação, a acusada atraiu Paula até o apartamento onde vivia, cometeu o assassinato, retirou o bebê da barriga e simulou um parto. O corpo da mãe da criança foi encontrado escondido debaixo de uma cama em um dos quartos do imóvel. O bebê, de 9 meses, não sobreviveu. A mulher mora no mesmo condomínio da mãe de Paula.
Na tarde desta quarta, a suspeita passou por audiência de custódia e o juiz André Vorraber Costa manteve a prisão da investigada. O caso começou a ser investigado entre segunda, dia 14, e terça-feira, dia 15, depois que o Samu levou a suspeita, junto do bebê morto, até o hospital.
A mulher foi convencida por médicos a fazer exames, que apontaram que ela não podia ser a mãe, o que levantou suspeitas da equipe hospitalar. A polícia foi chamada em seguida.
Conforme relato do Samu à polícia, vizinhos da suspeita entraram em contato por telefone para pedir ajuda para ela. No local, a equipe médica encontrou a mulher em um cenário que dava a entender que ela tinha dado à luz. De acordo com a delegada Graziela Zanelli, responsável pela investigação, a suspeita simulou o parto.
"Ela criou uma cena de que ela teria dado à luz, na sala, com sangue e a criança entre as pernas dela", conta a delegada.
A Polícia Civil descobriu que a suspeita conhecia a família da vítima, que residia no mesmo condomínio, sabia que ela estava grávida e planejou o crime. "Ela tinha histórico de tentar engravidar e não conseguir. Teria perdido uma criança tempos atrás", diz a delegada.
Com promessas de presentear a futura mãe com roupas para criança e carrinho, a autora atraiu Paula até o apartamento na última segunda-feira. Após cometer o assassinato, limpou o cômodo e montou a cena.
"Ela preparou para a criança nascer no mesmo dia do aniversário dela, 14 de outubro. A princípio, inventou para toda a família e amigos que estava grávida", relata a delegada.
A Polícia Civil identificou que a suspeita teria adquirido um enxoval para o bebê, com roupas e fraldas. A participação do marido dela no crime é investigada. O homem foi detido, prestou depoimento, e foi liberado.
A suspeita deve ser indiciada por homicídio, ocultação de cadáver e aborto.
Caso semelhante em SC
Em Santa Catarina, uma história semelhante chocou a população de Canelinha, na Grande Florianópolis. Em agosto de 2020, Rozalba Maria Grimes matou a professora Flavia Godinho com tijoladas na cabeça para lhe tirar do ventre a filha, de 36 semanas, ainda em gestação.
A recém-nascida teve cortes causados por um estilete, usado pela autora para abrir a barriga de Flavia. Após ficar hospitalizada, a bebê teve alta e hoje vive com o pai.
Rozalba foi condenada por homicídio com cinco qualificadoras contra a mãe e por homicídio qualificado tentado contra o bebê. Além disso, ela também cumpre pena por mais quatro crimes relacionados aos dois homicídios. As penas somadas chegam a 56 anos e 10 meses de reclusão em regime inicial fechado, mais oito meses de detenção.