O La Niña já tem data para chegar a Santa Catarina. Contrariando as previsões iniciais de que o fenômeno poderia não se formar neste ano no Estado, ele deve aparecer entre os meses de novembro e dezembro, só que com menos intensidade, de acordo com meteorologistas da Epagri/Ciram. O La Niña também deve ter uma duração menor, se estendendo até o início de 2025 em Santa Catarina.
O fenômeno deve trazer chuvas irregulares e mal distribuídas no Estado, de acordo com a meteorologista Gilsânia Cruz, da Epagri/Ciram. Isso porque a previsão é de que, em algumas regiões catarinenses, como o leste do Estado, especialmente no Litoral e no Vale do Itajaí, a chuva esteja acima da média. Em outras regiões, no entanto, o esperado é a estiagem, como no Extremo Oeste, Oeste e Meio-Oeste.
Depois de um outubro que continuará sendo marcado pelas chuvas da primavera, em novembro, o volume de chuva deve diminuir em Santa Catarina, variando entre os 130 a 180 milímetros, em média, ainda de acordo com a Epagri. Em dezembro, com o início das chuvas de verão, os acumulados variam de 150 a 190 milímetros na Grande Florianópolis e do Extremo Oeste ao Litoral Norte. Nas demais regiões, os volumes variam entre 130 a 150 milímetros.
Apesar do impacto na distribuição de chuvas, o fenômeno não deve influenciar as temperaturas em Santa Catarina, uma vez que será de fraca intensidade.
— O La Niña pode não ter muito impacto nas temperaturas, principalmente agora no verão. Se ele tivesse começado antes, por exemplo, a gente poderia ter tido um inverno mais frio. Não foi o caso, porque ele não estava atuando — explica.
La Niña fica “para depois” e afasta possibilidade de inverno rigoroso em Santa Catarina
Apesar de haver alguns “padrões” associados aos fenômenos como La Niña e El Niño, não são somente eles que determinam o tempo e as condições climáticas.
— Há também outras condições que podem e irão influenciar no clima do Estado durante esse período, principalmente porque a atuação do fenômeno será de intensidade fraca — diz Gilsânia.
A baixa intensidade e o curto período de duração do La Niña não tem, necessariamente, uma explicação, de acordo com a meteorologista. A oscilação é comum para esse tipo de fenômeno.