O ano de 2024 não terminou, mas já registra maior número de multas por excesso de velocidade dos últimos cinco anos no Brasil. Entre janeiro e outubro, foram mais de 234 milhões de infrações. Isso equivale a 32 mil multas por hora, mais de 530 por minuto, segundo dados da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran).
O comportamento imprudente ao volante é um dos principais responsáveis pelos acidentes com vítimas fatais. Dados da Abramet indicam que um terço das mortes no trânsito tem como causa o excesso de velocidade.
O funkeiro MC Robertinho, que morreu em outubro deste ano, é um exemplo trágico. O cantor, de apenas 25 anos, perdeu a vida em um acidente na Rodovia Ayrton Senna, em Guarulhos, na Grande São Paulo. Testemunhas afirmaram que o carro estava em alta velocidade. Na colisão com outro veículo, o corpo do artista foi arremessado para fora do automóvel.
Para Vavá Silva, irmão do funkeiro, a dor da perda é irreparável. Ele tenta seguir adiante com as músicas que MC Robertinho deixou gravadas. Vavá faz um alerta: “Carro não é brincadeira, a gente tem que pensar na gente e no próximo. O carro dele tinha tudo, airbag, era do ano, e mesmo assim aconteceu o que aconteceu.”
Fiscalização intensificada
De acordo a diretora de Segurança no Trânsito da Senatran, com Maria Alice Souza, o aumento no número de multas tem uma explicação: a ampliação das fiscalizações. “Todo o sistema nacional de trânsito tem intensificado as ações de monitoramento. Polícias rodoviárias, municipais e agências de trânsito têm trabalhado em conjunto”, afirmou.Mesmo assim, especialistas alertam que a responsabilidade vai além das fiscalizações. Dirigir a apenas cinco quilômetros por hora acima do limite permitido já pode dobrar o risco de acidentes fatais. Em áreas urbanas, onde o limite médio é de 60 km/h, o perigo é ainda maior.
