O motorista da carreta envolvida no acidente que matou 39 pessoas na BR-116, em Teófilo Otoni, em dezembro passado, usou cocaína, ecstasy e outras drogas. A conclusão é de um exame toxicológico realizado pelo suspeito no dia 23 de dezembro, dois dias depois da batida. Arilton Bastos Alves foi preso no Espírito Santo, na manhã desta terça-feira (21).
Ainda de acordo com a decisão, "há indícios de que o investigado tinha por costume conduzir veículo automotor sob efeito de bebidas alcoólicas". Em julho de 2022, ele foi abordado por policiais com sintoma de embriaguez na condução de um carro e acabou sendo penalizado com a suspensão do direito de dirigir.
"Ao ver do Juízo, diante destas informações, não há o que se falar em simples descuido ou inobservância de um dever de cuidado objetivo, mas em deliberada assunção de risco, mormente quando embalado pelo uso de drogas diversas – cocaína, álcool, ecstasy, etc", diz um trecho da decisão, assinada nesta segunda-feira (20) pelo juiz Danilo de Mello Ferraz.
A Justiça, no entanto, decidiu revisar a decisão de conceder liberdade ao condutor. O juiz Danilo de Mello Ferraz, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Teófilo Otoni, considerou o fato de Alves ter deixado o local do acidente, o sobrepeso da carga da carreta, o excesso de velocidade do veículo e o uso de substâncias entorpecentes.
A carga superava 68 toneladas, sendo que o reboque tinha capacidade máxima de 30 toneladas. Além disso, a carreta trafegava a 90 km/h, enquanto o permitido para a via eram 80 km/h, e havia indícios de embriaguez ao volante.
O acidente
O ônibus da empresa Emtram saiu de São Paulo na manhã do dia 20 e tinha como destino a Bahia.
A hipótese inicial, segundo informações repassadas ao Corpo de Bombeiros, é de que o acidente teria ocorrido após um pneu do ônibus estourar, e o motorista perder o controle da direção e bater na carreta.
De acordo com a Justiça, pessoas ouvidas ao longo das investigações negaram ter havido qualquer barulho de explosão de pneu no momento do acidente ou que o veículo tenha se desgovernado.