As mortes violentas, incluindo crimes contra a vida e guerras entre organizações criminosas, tiveram um aumento de 1,3% em Santa Catarina. No ano passado, 684 casos foram registrados. Entre os motivos, está o aumento no número de latrocínios — roubo seguido de morte —, que cresceu 45% em relação ao ano anterior. Os dados foram divulgados pelo Governo do Estado nesta terça-feira (28).
Em todo o Estado, 684 casos de morte violenta foram registrados no último ano — nove a mais que em 2023, quando foram 675. O índice leva em conta, além dos latrocínios, casos de homicídio, feminicídio, morte em confronto policial e lesão corporal seguida de morte.
A cada 100 mil habitantes, segundo os dados, 8,5 mortes violentas foram cometidas em 2024, uma queda de 12% nos últimos quatro anos. Além disso, cerca de 449 vítimas de mortes violentas tinham passagens policiais, o que representa 65,5% do total. Os autores dos crimes também, na maioria, tinham registros na polícia: 55%.
Em relação aos latrocínios, em todo o ano passado, foram 16 casos registrados, cinco a mais que em 2023, sendo o quesito que mais cresceu entre os demais. Para o secretário de Segurança Pública, Flávio Grass, o motivo para o aumento tem a ver com o período, já que 2023 foi considerado um “ano atípico” por conta da pouca quantidade de casos.
Apesar do crescimento em 2024, o secretário chama a atenção para a baixa taxa de latrocínios por 100 mil habitantes, que atualmente está em 0,20 casos. Além disso, o número segue menor que o registrado em anos anteriores, como 2021 e 2022, quando o Estado teve 23 e 25 casos respectivamente.
A Polícia Civil também apresentou dados referentes as investigações. Conforme o delegado-geral Ulisses Gabriel, cerca de 71,4% das mortes foram apuradas — uma redução ao comparar com 2023, quando o índice foi de 80%. O número não diz respeito ao total dos crimes cometidos em 2024, já que alguns ainda devem ser apurados e resolvidos.
Mais de 150 cidades não registraram mortes
Segundo o Governo do Estado, 154 municípios não tiveram homicídios em 2024. Ao todo, foram 561 casos registrados, sendo a região do Vale do Itajaí com o maior número, com 166.
O secretário Flávio Graff atribuiu a queda significativa dos índices de criminalidade ao investimento feito pelo Governo do Estado nas forças policiais e na capacitação. Além disso, a integração entre a forças de segurança, a eficiência e o alto preparo técnico, assim como indicadores sociais relacionados ao IDH do Estado também são fatores importantes para o secretário.
— Nós estamos mantendo o padrão de segurança pública em Santa Catarina, quando comparado ao Brasil, nós estamos em um padrão de excelência — pontua.
Para o chefe de gabinete da Polícia Civil, delegado Marcelo Nogueira, os números que mais chamam a atenção são em relação à queda de homicídios.
— Temos que olhar para esses números, afinal de contas o indicador morte violenta, o indicador homicídio é aquele que vai definir se um estado, município ou país. Santa Catarina alcançou em 2023, justamente por esse indicador, a condição de estado mais seguro do Brasil. Mantivemos em 2024 e agora o desafio, evidentemente, é manter essa condição de estado mais seguro do país — destaca.
Furtos e roubos
No geral, os índices de criminalidade que envolvem roubos e furtos de celulares, em residências e em comércios em Santa Catarina diminuíram. Os dados foram divididos entre roubo e furto a instituição financeira, roubo e furto simples, e roubo e furto a veículos.No que diz respeito aos roubos e furtos à instituição financeira, houve uma queda de 9,4%, com 58 casos registrados. No ano anterior, haviam sido 64.
Já o número de roubos simples teve queda de 13,8% em relação a 2023. No ano passado, foram 5.907 casos, segundo os dados divulgados pelo Governo do Estado.
Os roubos de celulares são os campeões do ranking desse tipo de crime, com 2.981 casos. Em relação ao ano anterior, foram 501 a menos. Em seguida estão os roubos a residências, com 741 casos em Santa Catarina. Já em comércios, foram registrados 532 roubos em 2024.
Já os furtos a residências tiveram queda de 10,66%, com 29.630 casos em comparação aos 33.165 acontecimentos em 2023. Em relação aos furtos e roubos de veículos, a queda foi de 12%. Em 2024, foram 7.408 registros.