JUSTIÇA - 13/02/2025 13:38

Processos por erro médico disparam e crescem mais de 500% em um ano no Brasil

Mais de 74 mil ações por erro médico foram registradas no Brasil; médico investigado em Santa Catarina teria causado lesões graves em pelo menos 15 pacientes
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Divulgação

O número de processos por erro médico em sistemas públicos e privados de saúde cresceu 506% no Brasil no período de um ano. Os dados são do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e se referem a comparação entre 2023 e 2024. No ano passado, foram registradas 74.358 ações sobre o tema.

Em 2023, foram 12.268 processos abertos. As ações são relacionadas a danos morais ou materiais. Em 2024, no sistema público, as ações por danos morais chegaram a 10.881, e por questões materiais, a 5.854. No serviço particular, os números chega a 40.851 e 16.772, respectivamente. Em média, no ano passado, foram registrados 203 processos por dia. A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que um a cada dez pacientes sofra danos em cuidados de saúde e 3 milhões de pessoas morram anualmente devido a procedimentos inseguros em todo o mundo.

Entre os principais fatores, estão erros na prescrição de medicamentos, em cirurgia e em diagnósticos, além de infecções associadas a cuidados de saúde. Mais de 50% dos danos são evitáveis, e metade deles é atribuída aos medicamentos, informou a organização.

Processos por erro médico: o procedimento ‘X-tudo’ em Santa Catarina

Entre os processos por erro médico, um dos casos de grande repercussão em Santa Catarina envolve os serviços prestados pelo médico Marcelo Evandro dos Santos, com clínicas em Florianópolis e Balneário Camboriú.

Ele é indiciado por deformar pelo menos 15 pacientes em Florianópolis com procedimentos cirúrgicos, chegando a realizar cirurgia “X-tudo” em uma mulher. A intervenção resultou na perda dos seios da paciente. O inquérito apura prática de crimes de lesão corporal grave e gravíssima, dano psicológico, perseguição, crimes contra as relações de consumo e crimes tributários. Além disso, ele responde por outros oito processos envolvendo erros em cirurgias plásticas e chegou a ser condenado em um deles. Uma paciente morreu após passar por um procedimento realizado pelo cirurgião, no Paraná.

O procedimento X-tudo

A neuropsicopedagoga Letícia Mello pagou R$ 83 mil por uma cirurgia plástica combinada com Marcelo que, segundo ela, era chamada por ele de cirurgia ‘X-Tudo’. O procedimento no qual ela foi submetida incluiu 12 intervenções, durou cerca de 10 horas e retirou 7 kg de gordura.

A paciente, de Santa Catarina, perdeu os dois seios e ficou 20 dias com feridas abertas, o que resultou em cicatrizes em diferentes partes do corpo.

Em nota à reportagem do programa da Record TV, a defesa do cirurgião afirmou que “jamais realizou ‘8 procedimentos’” e que Letícia fez apenas três: “lipoenxertia, mamas e bodytite”. Na nota, a defesa também diz que Marcelo “jamais foi condenado em qualquer instância criminal”.



Fonte: ND+ / Kauê Alberguini
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