
O Ministério
Público do Paraná (MPPR), por meio do Núcleo de Francisco Beltrão do
Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), deflagrou
na manhã desta sexta-feira (23) a segunda fase da Operação Mensageiro,
com o cumprimento de dois mandados de busca e apreensão e um mandado
de busca pessoal.

A ação
tem como alvo um homem suspeito de pagar propina regularmente a dois
policiais militares, já investigados na primeira etapa da operação, que
apura crimes como associação criminosa, corrupção passiva, peculato e
prevaricação no Pelotão de Barracão (PR).
As ordens
judiciais foram autorizadas pela Auditoria da Justiça Militar e
cumpridas nos municípios de Barracão (PR) e Dionísio Cerqueira (SC),
com apoio da Polícia Militar de Santa Catarina.
Durante
as buscas, os agentes apreenderam cerca de R$ 24 mil em espécie, diversos
documentos e equipamentos eletrônicos, que serão submetidos à
perícia para aprofundamento das investigações.
Segundo o
promotor de Justiça Rodrigo, o alvo desta fase seria um dos principais
operadores do contrabando e descaminho na região de fronteira entre o Brasil
e a Argentina, e teria pago rotineiramente propina aos policiais
investigados na primeira fase, em troca de proteção e informações
privilegiadas.
“O homem
é um dos criminosos da região fronteiriça que pagava propina para que os
policiais de Barracão não atuassem e não apreendessem suas mercadorias
ilegais”, destacou o promotor.

Ainda
conforme o MP, a deflagração da nova etapa foi motivada pela análise de celulares
apreendidos na primeira fase da operação, realizada em 15 de maio.
Parte do conteúdo já foi periciado, revelando novas conexões no esquema
criminoso.
As
investigações, iniciadas em 2024, apontam que os policiais, juntamente
com empresários e outros civis, formaram uma rede de extorsão sistemática,
cobrando valores de envolvidos com contrabando. Aqueles que pagavam não tinham
suas cargas apreendidas e eram avisados sobre possíveis ações policiais na
região.
Há ainda
indícios de que, em algumas apreensões feitas oficialmente, parte dos produtos
era desviada pelos próprios agentes para fins pessoais.