
Logo que a lista da taxação de 50% ao Brasil foi divulgada pela Casa Branca na tarde desta quarta-feira, líderes da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) e de indústrias do estado se debruçaram para avaliar quem entrou e quem ficou fora do tarifaço. A medida vai atingir em cheio os setores exportadores da economia catarinense. Entre os 20 produtos mais exportados para os EUA, somente madeiras (que inclui compensados) ficou de fora.
Entre as 700 exceções estão veículos, SUVs e minvans, situação que, dependendo de outros países, pode motivar a BMW a retomar exportações. Também pode favorecer algumas fabricantes de autopeças do estado.
De grandes multinacionais a pequenos exportadores, quase todos serão afetados. Empresas com fábricas nos Estados Unidos ou em outros países poderão mudar vendas de um país para outro caso tenham vantagens tarifárias, isto é, vender ao mercado americano a partir de países com tarifas mais baixas que a do Brasil. Quem é de SC e só vende aos EUA vai sofrer.
Se considerarmos a geografia da produção catarinense, todas regiões serão afetadas. Só para citar alguns produtos, no Norte estão autopeças, compressores, motores elétricos, confecções, móveis, eletrodomésticos e outras. No Sul, estão revestimentos cerâmicos, metais e moda.
No vale do Itajaí estão confecções, transformadores e iates; na Grande Florianópolis estão softwares, iates, equipamentos e nanotecnologia; no Meio-Oeste estão móveis, papéis e gelatina; no Oeste estão carne suína e máquinas industriais; e no Extremo-Oeste estão móveis de alto padrão e produtos lácteos.
A lista dos produtos mais exportados por SC aos Estados Unidos é composta por madeira em forma, outros móveis, madeira compensada, acessórios para veículos, carne suína, compressores de ar, cerâmica não vitrificada, iates, gelatina, madeira MDF, recipientes de papel, transformadores elétricos, bombas de líquidos, preparo de couro bovinos e equinos, suco de frutas e madeira densificada.
Isso significa que as exportações de SC para os Estados Unidos poderão apresentar recuo relevante a partir de agosto.