
Uma semana depois de deixar o plenário da Câmara dos Deputados, após o presidente Hugo Motta ameaçar os líderes do movimento de ocupação e obstrução com a suspensão dos mandatos por até seis meses, o Partido Liberal retomou a prática da obstrução, diante da negativa dos líderes partidários de não pautar o fim do foro privilegiado e a anistia, considerados essenciais para a oposição.
O líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante, do Rio de Janeiro, anunciou que o partido está em obstrução “até que as pautas prioritárias da legenda sejam pautadas pelo presidente Hugo Motta. “O Partido Liberal reafirma seu compromisso com a defesa das pautas que garantem mais justiça, transparência e respeito à Constituição, “mantendo-se firme na luta por um país livre e democrático”, afirmou Sóstenes.
O PL anunciou ainda que vai voltar a insistir com o presidente Hugo Motta nesta quinta-feira (14), quando está marcada nova reunião dos líderes de partidos na Casa, para incluir a proposta de emenda à Constituição que acaba com o foro privilegiado na pauta da próxima semana.
Desta vez, a obstrução se estende às comissões temáticas da Câmara, e vai poupar apenas os colegiados que têm integrantes do PL, como as comissões de Agricultura, Relações Exteriores, Saúde, Turismo e Segurança Pública. Na manhã desta quarta (13), uma reunião marcada na comissão de Trabalho “caiu” já pela obstrução do PL, segundo informou a secretaria.
Além de insistir na defesa do fim do foro privilegiado, Sóstenes reuniu a banda do PL para definir uma estratégia fora dos limites dos edifícios da Câmara dos Deputados. Parlamentares prometem fazer uma espécie de “via sacra”, percorrendo sedes de embaixadas com representação em Brasília para falar sobre o que consideram “abusos”do ministro do STF Alexandre de Moraes
“Deputados da oposição visitarão embaixadas estrangeiras no Brasil para entregar formalmente uma carta que comunica, tão somente, os abusos cometidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal”.
Entre os abusos, o PL se posiciona contrário à prisão domiciliar decretada contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, no início da semana passada. Alexandre de Moraes considerou que Bolsonaro descumpriu determinações como não postar em redes sociais e fazer comentários que repercutissem na internet, depois de já ter limitado os horários de circulação e mandado colocar tornozeleira eletrônica no ex-presidente.