
Preso preventivamente na madrugada de sexta-feira, dia 5, acusado de ter deixado uma mala com o tronco de uma mulher dentro de um armário da rodoviária de Porto Alegre, o publicitário Ricardo Jardim, de 65 anos, já foi condenado a 28 anos por matar e concretar a mãe, segundo a Polícia Civil.
O crime ocorreu em 2015 e a decisão da Justiça é de 2018. Na ocasião, o homem foi considerado culpado por três crimes: homicídio duplamente qualificado (motivo torpe ou meio cruel), ocultação de cadáver e posse de arma. Ele negou ter matado a mãe, assumindo apenas que escondeu o corpo.
Segundo reportagem publicada pelo g1, da pena, 27 anos deveriam ser cumpridos em regime de reclusão, ou seja, na prisão. E um ano em regime de detenção, em regime aberto ou semiaberto. Conforme a Polícia Civil, ele conseguiu progressão de regime, mas estava recentemente foragido.
Entenda o caso
O homem é acusado de matar e esquartejar a namorada, de aproximadamente 50 anos, em Porto Alegre. Ele teria deixado parte do corpo da vítima dentro de uma mala no setor de guarda-volumes da rodoviária da capital gaúcha.Segundo as investigações, a mulher foi morta no dia 9 de agosto e esquartejada pelo homem. Quatro dias depois, braços e pernas foram localizados em sacos de lixo no bairro Santo Antônio, em um ponto sem câmeras de segurança.

Já no dia 20, Ricardo foi flagrado por câmeras deixando a mala na rodoviária. O tronco da vítima só foi encontrado 12 dias depois, quando funcionários perceberam o forte odor vindo da bagagem e acionaram a polícia.
Para não ser reconhecido, o suspeito usava boné, óculos, luvas e máscara cirúrgica. Ainda assim, foi identificado após ser registrado em outro estabelecimento, onde abaixou a máscara e revelou parte do rosto.
Em entrevista coletiva, o delegado Mario Souza, responsável pelo caso, afirmou que o suspeito é “extremamente educado, frio e aparentemente muito inteligente”, classificando-o como um “psicopata”. De acordo com o delegado, o homem teria cometido o crime “com a intenção de afrontar a sociedade e a polícia”.
As apurações também apontam que o suspeito criava perfis falsos na internet com imagens geradas por Inteligência Artificial para atrair mulheres. A polícia investiga ainda a possibilidade de um terceiro ato dele, já que o crânio da vítima não foi localizado.
Henrique Zamora Rodrigues, supervisor do setor de guarda-volumes da rodoviária, relatou que a mala havia sido sinalizada para retirada apenas por outra pessoa. Como não houve contato, e diante do cheiro insuportável, o objeto foi levado para descarte, momento em que o tronco foi descoberto.
A Polícia Civil investiga a participação de possíveis coautores. "A participação dele, como teria sido, se foi só levar a mala, se matou, se tem mais pessoas que poderiam ter auxiliado, isso tudo está sendo apurado", afirmou o delegado.