Decisão contrária - 01/10/2025 20:00

Justiça da Itália rejeita ordem de Moraes para prender ex-assessor, mas determina que ele entregue passaporte

Tagliaferro foi denunciado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, em razão de vazamentos
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Eduardo Tagliaferro (à esquerda) foi assessor do ministro Alexandre de Moraes • 25/05/2024 - Reprodução/Instagram/edutagliaferro

O Tribunal de Apelação de Catanzaro, na Itália, rejeitou uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, para decretar a prisão de seu ex-assessor Eduardo Tagliaferro, sob acusação de ter vazado conversas de assessores envolvendo investigações contra bolsonaristas. Ele foi detido pela polícia italiana nesta quarta-feira (1º) para aplicação das medidas cautelares.

Tagliaferro está na Itália ao menos desde o mês de julho. Quando deixou o Brasil, ele não tinha sido alvo de nenhuma ordem de prisão ou restrição que impedisse sua locomoçãoTagliaferro está na Itália ao menos desde o mês de julho. Quando deixou o Brasil, ele não tinha sido alvo de nenhuma ordem de prisão ou restrição que impedisse sua locomoção.

Ele saiu do país após se tornar alvo de investigação da Polícia Federal. 

O ex-assessor foi denunciado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, em razão de vazamentos. Com base na denúncia, Moraes solicitou à Itália a sua extradição para responder ao processo no Brasil.

O Estadão teve acesso ao despacho da Justiça italiana. O tribunal corresponde à segunda instância na região da cidade de Torano Castello, onde ele passou a morar. Faz parte da província de Cosenza, na região da Calábria.

No documento, o tribunal apontou que as acusações contra Tagliaferro já tinham se tornado públicas e ele não tentou fugir de sua residência atual para se esconder. Com isso, os magistrados consideraram que não era necessário decretar a prisão e determinaram algumas medidas cautelares para que ele não fuja do país.

Dentre elas, Tagliaferro teve que entregar seu passaporte e informar um horário no qual sempre estará em sua residência, para que os policiais possam realizar uma averiguação do seu domicílio. O ex-assessor também ficou proibido de deixar a cidade sem autorização judicial.

"A exigência de permanecer dentro dos limites do país, juntamente com a proibição de sair do país, parece ser uma medida necessária e suficiente para evitar o risco de novas remoções, bem como proporcional à extensão dos fatos", diz a ordem da Justiça italiana.

Em nota, a defesa de Tagliaferro classificou de "arbitrária" a ordem judicial do Brasil. 

"Agora, finalmente, esperamos que o processo secreto possa ser disponibilizado para as medidas cabíveis em defesa dos direitos e garantias do sr. Tagliaferro", afirmou o advogado Eduardo Kuntz.

O advogado ainda afirmou que  Tagliaferro "não deve nada para ninguém":
"Adianto que, mesmo sem ter acesso ao pedido, me sinto confortável para lhe classificar como arbitrário e impertinente.

Eduardo não fugiu, não está procurado, não deve nada para ninguém e está devidamente regularizado em outro país, tanto que foi abordado na sua residência".

Fonte: Gaúcha ZH
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