Eleições 2026 - 01/10/2025 20:04 (atualizado em 01/10/2025 20:11)

A um ano das eleições 2026, TRE-SC prepara pleito e lança campanha contra desinformação

A campanha “Desinformação é coisa do passado”, apresentada nesta quarta (1º), lançou um guia e uma série de materiais informativos sobre o tema
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Coletiva trouxe informações sobre próximo pleito (Foto: Nathalia Fontana, NSC)

O Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC) divulgou, nesta quarta-feira (1º), as ações de preparação para as eleições de 2026, a um ano do próximo pleito. Em uma coletiva de imprensa para divulgação, o Tribunal ainda lançou uma campanha de combate à desinformação promovida pela entidade.

O presidente do TRE-SC, desembargador Carlos Alberto Civinski, destacou que as eleições do próximo ano irão definir os cargos de presidente, governador, deputados estaduais e federais e senadores. Por conta disso, o tempo que o eleitor deve passar na cabine eleitoral é maior, o que aumenta a preocupação com filas.

— Nós vamos ter seis cargos a serem votados pelos eleitores, dois inclusive de senadores. Isso vai fazer com que o eleitor tenha um pouquinho mais de tempo na sessão eleitoral. E aí o nosso desafio é dar velocidade para que não se crie filas — detalha o presidente.

Nas eleições municipais de 2024, o eleitor precisava dar nove toques na urna para completar a votação. No próximo pleito, serão 25 toques. De acordo com o TRE-SC, atualmente Santa Catarina tem 5,5 milhões de eleitores aptos a votar, número que ainda pode ter acréscimo até o final do período de cadastramento.

O período de transferência de domicílio eleitoral se encerra no dia 6 de maio de 2026. O TRE-SC deseja incentivar o público a antecipar a regularização do título antes desta data para evitar filas. Ainda, a iniciativa “Justiça eleitoral em movimento”, tem colocado os serviços à disposição em municípios que não são sedes de cartórios eleitorais e ampliado em bairros mais populosos de grandes cidades. Outra alternativa é fazer a alteração do cadastro pelo site do TRE.

— Todas as pessoas que já possuem a biometria coletada podem alterar o seu cadastro de forma online. Inclusive aquele eleitor que é de outro estado e que tenha feito a biometria nesse outro estado, pode fazer essa transferência também através da internet — explica o corregedor regional eleitoral e vice-presidente do TRE-SC, Carlos Roberto da Silva.

Aumento da população de SC e do número de eleitores

O Estado de Santa Catarina tem vivenciado na última década um intenso processo migratório, que até superou o de estados como São Paulo. Esse movimento reflete na Justiça Eleitoral, já que essas movimentações no país também influenciam nos domicílios eleitorais dos cidadãos. Contudo, muitas vezes quem muda de Estado não realiza a alteração no título de eleitor.

— As pessoas que vêm de outros estados têm vindo em sua grande maioria para aqui se estabelecer de forma definitiva. Nem sempre essas pessoas transferem títulos, e é importante que o façam para que assumam essa cidadania, esse pertencimento catarinense — destaca Carlos Roberto.

Atualmente, Santa Catarina tem cerca de 8 milhões de habitantes e 5,5 milhões de eleitores, o que equivale a 67% da sua população, sendo que 87,94% deles já têm a biometria cadastrada. São 17.179 sessões eleitorais, em 3.443 locais de votação e 18.599 urnas eletrônicas disponíveis.

O corregedor regional eleitoral afirma que no âmbito da corregedoria a preocupação agora é promover ações para regularizar o cadastro dos eleitores e realizar a biometria, que facilita a utilização de serviços pela internet, como atualização do seu cadastro, mudança de local de votação, transferência e outros. O prazo para as candidaturas depende de regulamentação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas geralmente ocorre no mês de julho.

O diretor-geral do TRE-SC, Gonsalo Agostini Ribeiro, destacou entre as ações previstas:

- Melhora na comunicação com mesários;

- Garantir a disponibilidade ideal dos locais de votação;

- Melhorar a dinâmica de transmissão dos boletins de urna e o recolhimento das urnas;

- Uso da IA para avançar nos mecanismos de autoatendimento.

— A nossa preparação se dá sempre quando nós terminamos uma eleição, porque de imediato já temos que começar o planejamento da outra. Nós temos mais de 32 mil atividades que envolvem um processo eleitoral. Como todas elas são encadeadas, nós temos que pensar nisso de uma forma sistematizada para que nenhuma seja afetada e prejudique o processo eleitoral — afirma Gonsalo.

Mais eleitores do que habitantes em cidades de SC

Ele também explicou sobre uma questão que chamou atenção nas últimas eleições: a de cidades de Santa Catarina com um número maior de eleitores do que de habitantes. Gonsalo explica que o cadastro de eleitor é baseado na presença física dele ao ir no cartório eleitoral, enquanto a população é uma estimativa, que não foi contada fisicamente.

Ainda, mesmo com a mudança para um outro município, o eleitor pode desejar seguir participando da vida política de um local onde possui vínculo. Dessa forma, conta como habitante em uma cidade, mas mantém o título em outra, porque as definições de habitante e eleitor são distintas.

— Quando há algo que se sobrepõe a isso, geralmente é feito um trabalho pela nossa corregedoria, que é a revisão desse eleitorado. Mas tem que ficar claro, a escolha de onde o eleitor vota, vinculada ao seu endereço, é dele, é um ato de vontade — explica.

Abstenção

O percentual de abstenção cresceu entre as duas últimas eleições em Santa Catarina: foi de 17% em 2022 e de 21% em 2024. O fenômeno segue uma tendência nacional, mas preocupa, e é ocasionado por um conjunto de fatores, de acordo com o presidente do TRE-SC.

— Estamos com ações para que melhoremos o acesso dos eleitores aos locais de votação, para que eles possam ficar o mais próximo possível e que no dia eles não tenham atropelos e se sintam em condições de ir votar. Nós estamos buscando formar um clima positivo, a fim de que chamemos o eleitor, não só para que ele se regularize perante a justiça eleitoral, como ele também se sinta estimulado para exercer sua cidadania — explica o desembargador Carlos Alberto Civinski/ O diretor-geral, Gonsalo Agostini Ribeiro, também destaca a abstenção como um dos desafios do próximos pleito, e destaca estratégias para solucionar esta questão, além na possibilidade de avanços nos locais de votação.

— Mas os nossos desafios que já sabemos é o impacto da abstenção, então temos que atuar para minimizar isso. Podemos fazer a depuração do cadastro eleitoral e também campanhas educativas. Porque todo voto conta — afirma.

Campanha contra a desinformação

O presidente do Comitê Gestor de Enfrentamento à Desinformação do Regional e juiz substituto do TRE-SC, Márcio Schiefler Fontes, apresentou a campanha “Desinformação é coisa do passado”, coordenada por Denise Goulart Schlickmann.

Foi feito o lançamento de um guia impresso, que também será disponibilizado no formato e-book em conjunto com um site, vídeos e materiais informativos nas redes sociais. O material conta com conteúdos didáticos sobre checagem de fatos, fake news, e sobre o próprio processo eleitoral.

— Essa é uma campanha que já é preparada há bastante tempo, ela é uma campanha inédita, o TRE-SC disponibiliza ao eleitor, não só de Santa Catarina, um conteúdo muito didático, muito rico, que pode, do nosso ponto de vista, aparelhar e instrumentalizar aquele eleitor que quiser se informar, que quiser participar de uma maneira mais ativa. A nossa expectativa, a nossa ambição, é de que o eleitor com esses instrumentos passe cada vez mais a verificar o que recebe, principalmente o que transmite — explica o juiz Márcio Schiefler.

O presidente do Comitê destaca que a cada eleição uma nova realidade tem se desenhado com os avanços da tecnologia. Dessa forma, há a expectativa de que possam circular vídeos criados com inteligência artificial. Contudo, a Justiça Eleitoral afirma que tem se preparado para essas situações para permitir às autoridades judiciais, seja automaticamente de ofício ou por provocação, dar por elas próprias ou mediante ordens judiciais para que possam coibir ou reprimir esse tipo de situação.

— O TRE-SC não tem como objetivo principal punir nem tolher a liberdade de expressão de ninguém, muito menos fiscalizar a opinião de quem quer que seja. A nossa expectativa é atrair a população com essa campanha, para nessa reta de um ano até a eleição, o eleitor tenha os instrumentos com os quais se informar e participar e qualificar o seu voto na escolha da melhor representação popular — declarou o juiz.

Fonte: NSC
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