A situação crítica vivida pelos produtores de leite em Santa Catarina será tema de uma audiência pública na Assembleia Legislativa (Alesc). O debate foi solicitado pelo deputado Altair Silva (PP) e aprovado nesta terça-feira (21) pela Comissão de Agricultura e Desenvolvimento Rural. A reunião está prevista para o dia 12 de novembro, com horário ainda a ser definido.
De acordo com Altair Silva, os produtores enfrentam um cenário de grande desequilíbrio financeiro. “Os relatos que temos recebido indicam que o custo de produção chega a cerca de R$ 2,20 por litro, enquanto o preço pago não passa de R$ 2,05. É um déficit de 15 centavos por litro, ou seja, estão pagando para trabalhar. Precisamos buscar soluções urgentes para essa realidade, que compromete a renda e a sobrevivência de milhares de famílias catarinenses”, destacou o parlamentar, que preside o colegiado.
O requerimento prevê que o encontro reúna produtores, cooperativas, indústrias, especialistas e representantes de órgãos governamentais, com o objetivo de discutir alternativas e medidas de apoio ao setor. A intenção é construir caminhos que assegurem a continuidade da produção e a dignidade das famílias agricultoras do estado.
O documento aprovado pela comissão ressalta que a queda no preço do leite, aliada ao aumento dos custos de produção, tem tornado a atividade economicamente inviável, colocando em risco a permanência de mais de 20 mil famílias na cadeia produtiva.
Em 2024, Santa Catarina produziu 3,3 bilhões de litros de leite, o maior volume da série histórica, consolidando-se como o quarto maior produtor do país. Segundo dados da Epagri, o estado responde por 9% da produção nacional, sendo que o Oeste catarinense concentra cerca de 75% do total produzido.
“A Assembleia Legislativa está atenta à situação dos produtores, que enfrentam dívidas sendo executadas pelos bancos e dificuldades para manter o giro financeiro das propriedades. O poder público está buscando alternativas e somos parceiros dos nossos produtores na construção das melhores soluções para esse problema”, concluiu Altair Silva.
