Beba com moderação - 21/12/2025 11:15

Consumo de álcool está ligado a maior risco de câncer, aponta estudo

Pesquisa analisou dados de até 100 milhões de adultos nos EUA e destaca risco elevado do desenvolvimento da doença mesmo que em níveis baixos
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Um novo estudo reforça o alerta sobre os efeitos do consumo de álcool no risco de desenvolver câncer, mesmo quando a ingestão ocorre em níveis considerados baixos ou moderados. 

A pesquisa, intitulada A systematic review on cancer risk and alcohol consumption frequency among adults in the United States, foi conduzida por pesquisadores da Faculdade de Medicina Charles E. Schmidt, da Universidade Atlântica da Flórida, e publicada na revista científica Cancer Epidemiology.

A pesquisa analisou 62 estudos realizados nos Estados Unidos, com amostras que variaram de 80 a quase cem milhões de participantes. O objetivo foi compreender como diferentes padrões de consumo de bebidas alcoólicas influenciam a incidência do câncer e os desfechos da doença em adultos. 

Os resultados confirmam uma relação direta entre a frequência e a quantidade de álcool consumida e o aumento do risco de câncer. A associação foi observada, sobretudo, nos casos de câncer de mama, colorretal, de fígado, boca, laringe, esôfago e estômago. Em pessoas com doença hepática alcoólica, o consumo esteve ligado a tumores mais avançados e a menores taxas de sobrevida.

O estudo aponta ainda que o álcool figura entre os três principais fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de fígado. De forma geral, a substância aparece como o quarto maior fator de risco para câncer entre homens e o terceiro entre mulheres. 

A exposição ao álcool durante a adolescência também foi associada a maior risco de câncer e de mortalidade na vida adulta.

Tipo de bebida também importa

Os resultados apontaram que o tipo de bebida pode ser relevante em alguns casos – por exemplo, o vinho branco ou a cerveja foram associados a um risco maior de certos tipos de câncer, como o melanoma, enquanto as bebidas destiladas, em geral, não apresentaram essa associação. O tabagismo amplificou o risco de câncer relacionado ao álcool, embora os efeitos variassem de acordo com o sexo e o nível de consumo. O histórico familiar também pode fortalecer a relação entre álcool e câncer.

O que a pesquisa sobre consumo de álcool destacou

Entre os principais insights levantados pela pesquisa estão:

- Não há consumo totalmente seguro de álcool do ponto de vista do risco de câncer

- Quanto maior a frequência e a quantidade, maior o risco

- O tipo de bebida pode importar em alguns casos, com associações mais frequentes entre certos cânceres e o consumo de vinho branco ou cerveja

- Homens apresentam maior risco com consumo frequente, enquanto as mulheres são mais afetadas pelo consumo excessivo episódico

- Tabagismo potencializa os efeitos do álcool, ampliando o risco de vários tipos de câncer

- Comorbidades e fatores de estilo de vida, como sedentarismo, alimentação inadequada e infecções crônicas, intensificam os danos

Fatores sociais  e estilo de vida

O consumo elevado de álcool mostrou aumentar de forma consistente o risco de câncer, com impacto mais acentuado entre pessoas pretas, indivíduos com predisposição genética, obesidade ou diabetes. Fatores como raça, idade, escolaridade e renda influenciam tanto a exposição quanto a gravidade dos danos, fazendo com que grupos socioeconômicos mais baixos sofram impactos desproporcionais, mesmo quando consomem quantidades semelhantes ou menores de álcool. Por outro lado, a moderação ou a abstinência, associadas a hábitos de vida saudáveis, estiveram ligadas a menor risco de câncer e mortalidade. 

Na conclusão, os autores afirmam que o consumo de álcool é um fator de risco consistente, evitável e modificável para o desenvolvimento de câncer em adultos nos Estados Unidos. 

Embora frequência e quantidade sejam determinantes, o risco não pode ser explicado apenas pelo volume ingerido. Ele resulta da interação entre fatores biológicos, comportamentais e sociais, como genética, presença de comorbidades, tabagismo, condições socioeconômicas e acesso aos serviços de saúde.  

Para os pesquisadores, a prevenção do câncer relacionado ao álcool exige mudanças estruturais, com a integração de ações para reduzir o consumo, promover estilos de vida saudáveis e enfrentar desigualdades sociais que ampliam o risco.

Fonte: Gaúcha ZH
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